O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo realizará uma revisão da tabela do Imposto de Renda (IR) para corrigir a faixa de isenção. Haddad destacou a necessidade dessa atualização devido ao aumento do salário mínimo, e o presidente solicitou uma análise para ajustar a questão da faixa de isenção.
No ano passado, o governo já havia corrigido a faixa de isenção do IR para isentar aqueles que ganham até dois salários mínimos. Contudo, com o reajuste do salário mínimo neste ano, os trabalhadores nessa faixa de renda voltaram a pagar imposto.
Haddad também mencionou a possibilidade de uma reforma tributária mais ampla sobre a renda, mas indicou que isso pode ser considerado em um segundo momento, priorizando, neste ano, a regulamentação da reforma tributária sobre o consumo.
O governo tem a intenção de diminuir impostos sobre o consumo e aumentar a taxação sobre a renda para manter a carga tributária estável. Contudo, Haddad ressaltou que essa decisão dependerá da vontade do Congresso.
A reforma tributária do consumo, aprovada no ano passado, precisa ser regulamentada por leis específicas. Os projetos para essa regulamentação serão apresentados este ano, mesmo com a atividade mais restrita do Congresso devido às eleições municipais.
Na entrevista, Haddad também abordou a questão da desoneração da folha salarial, esperando uma decisão final até a próxima semana. Ele defendeu o fim gradual desse benefício e rejeitou a existência de um acordo entre o governo e o Legislativo sobre o assunto.
Quanto à meta fiscal, Haddad destacou que persegue o objetivo do déficit zero com convicção, embora a realização desse objetivo dependa de diversos fatores, incluindo Judiciário, Executivo e Legislativo.
Sobre a autonomia do Banco Central, Haddad mencionou que o modelo brasileiro foi um pouco além do recomendado internacionalmente, mas não há discussão sobre mudanças nessa regra. Ele afirmou que as discussões sobre o próximo presidente do Banco Central ganharão força no meio do ano.
Em relação à proposta de reforma administrativa, Haddad defendeu que cortes de despesas devem começar pelo “andar de cima”. Ele também indicou que equipes específicas do governo estão estudando maneiras de apoiar companhias aéreas, sem adiantar detalhes sobre as propostas.