O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, atribuiu a má avaliação dos indicadores econômicos a campanhas de difamação promovidas por oponentes políticos nas redes sociais. Em uma sabatina no congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Haddad declarou que o governo enfrenta um “desafio comunicacional” devido à atuação constante da oposição para minar a credibilidade das instituições e dos dados oficiais.
O Desafio Comunicacional e a Oposição
Durante a sabatina, Fernando Haddad respondeu à jornalista Miriam Leitão, que questionou a discrepância entre a percepção negativa da economia mostrada na última pesquisa Quaest e os indicadores positivos recentes, como os dados de emprego e inflação. Nós temos uma oposição que atua para minar a credibilidade das instituições, dos dados oficiais, do Estado brasileiro, e eles atuam diuturnamente nas redes sociais”, afirmou Haddad. O ministro também mencionou as últimas investigações que revelaram irregularidades durante o governo anterior, referindo-se a uma “quadrilha que estava no poder”.
Projeção de Crescimento do PIB e Desafios Fiscais
Apesar das críticas, Haddad destacou uma notícia positiva: o Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou para 2,5% a projeção de médio prazo para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Contudo, ele alertou para os desafios fiscais enfrentados pelo país, comparando-os a uma “pandemia fiscal” resultante de ações do governo anterior, como calotes e distribuição de benefícios em época eleitoral, que desorganizaram as finanças públicas.
Isenção de Imposto sobre a Carne e Reforma Tributária
Em relação à isenção de imposto sobre a carne, Haddad comentou que o Ministério da Fazenda enfrenta dificuldades inevitáveis: “O ministro da Fazenda ou é derrotado ou parcialmente derrotado, não existe a possibilidade do ministro ganhar”. Ele explicou que a Fazenda deve propor medidas tecnicamente responsáveis ao Congresso, mas que inevitavelmente haverá negociações. “Todas as exceções acabam prejudicando de alguma maneira a reforma tributária, porque a alíquota vai subir”, disse ele. Haddad também mencionou a expectativa de que a proposta de imposto seletivo sobre armas volte à discussão no Senado, ressaltando que há tempo suficiente para debater a reforma no segundo semestre.
Desoneração da Folha de Pagamento
Outro ponto abordado pelo ministro foi o projeto de reoneração da folha de pagamento de 17 setores, atualmente em tramitação no Senado. Haddad defendeu a medida, citando 11 estudos que apontam para a ineficácia da desoneração. Em resposta às preocupações de empresários sobre possíveis demissões em massa, o ministro foi enfático: “Você já viu empresário falar alguma coisa diferente? Tenho que me basear em estudo acadêmico, gente que não tem interesse pessoal”.
As declarações de Fernando Haddad durante a sabatina da Abraji refletem a complexidade do cenário econômico e político atual no Brasil. O ministro destacou tanto os desafios enfrentados pelo governo quanto as tentativas de difamação por parte da oposição. Com a reforma tributária e a reoneração da folha de pagamento em pauta, Haddad sublinhou a importância de medidas responsáveis e baseadas em estudos acadêmicos para garantir a sustentabilidade econômica do país.
A população, por sua vez, aguarda com expectativa os desdobramentos dessas discussões no Congresso, ciente de que as decisões tomadas impactarão diretamente a economia e o bem-estar social. A comunicação eficaz e a transparência serão essenciais para superar os desafios e fortalecer a confiança nas instituições e nos dados oficiais.