No cenário global de transição energética rumo a fontes mais limpas e renováveis, o hidrogênio verde desponta como uma das principais apostas para reduzir as emissões de carbono e impulsionar a economia sustentável. No Brasil, essa realidade começa a se concretizar com a inauguração das primeiras plantas de hidrogênio verde, em 2023, em universidades renomadas do país, como a UFSC, UFRJ e Unifei.
O que chama a atenção é que esses projetos pioneiros contam com o patrocínio da Alemanha, que busca limpar sua matriz energética e diversificar suas fontes de fornecimento, especialmente após a redução da compra de gás da Rússia. A Alemanha, ciente da importância estratégica do hidrogênio verde, tem investido milhões de euros em projetos, pesquisas e eventos relacionados ao desenvolvimento desse combustível sustentável, não apenas em seu território, mas também em parceria com países como o Brasil.
A iniciativa alemã é impulsionada pela necessidade de cumprir metas ambiciosas de descarbonização estabelecidas por sua Lei das Fontes de Energias Renováveis, que prevê que 80% da energia do país seja proveniente de fontes limpas até 2030. Para alcançar essa meta, a Alemanha planeja importar dois terços do hidrogênio verde necessário, e o Brasil desponta como um parceiro estratégico nesse cenário.
Projetos em universidades brasileiras e iniciativas como o parque Tecnológico Itaipu receberam significativos financiamentos do governo alemão, através de agências de cooperação técnica como a Giz. Estudos, programas de cooperação técnica e eventos sobre hidrogênio verde têm sido realizados em parceria com instituições brasileiras, visando não apenas o desenvolvimento tecnológico, mas também a criação de um mercado global para o hidrogênio verde.
A Alemanha reconhece o potencial do Brasil como um dos principais fornecedores de hidrogênio verde devido à sua expertise em energia renovável. Esse reconhecimento é refletido em diversas ações diplomáticas e comerciais entre os dois países, como visitas de ministros e líderes políticos e a classificação do Brasil como um “parceiro estratégico” desde 2008.
Para a Embaixada da Alemanha no Brasil, o hidrogênio verde desempenhará um papel crucial na transformação da economia alemã em uma economia neutra em carbono, sendo fundamental garantir um elevado nível de segurança no abastecimento desse recurso. Nesse contexto, a parceria entre Brasil e Alemanha representa um passo importante na busca por soluções sustentáveis e na construção de um futuro mais verde e próspero para ambos os países e para o mundo.