Ibovespa hoje: impacto da aprovação de aliado de Trump no Fed e o que esperar do mercado nesta terça (16)
O Ibovespa hoje abre os trabalhos em meio a um cenário internacional agitado, marcado pela aprovação de Stephen Miran, aliado de Donald Trump, para a diretoria do Federal Reserve (Fed). A decisão do Senado dos Estados Unidos, por uma margem estreita de 48 a 47 votos, amplia a influência política de Trump sobre o banco central americano em um momento crucial para a política monetária global.
A nomeação ocorre justamente às vésperas da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que pode decidir pelo primeiro corte de juros após seis encontros seguidos sem reduções. A expectativa do mercado é de um ajuste de 0,25 ponto percentual, medida que tende a repercutir nos ativos de risco ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
Neste contexto, o Ibovespa hoje é observado com atenção por investidores que avaliam os reflexos da política monetária americana sobre o apetite ao risco, o câmbio e a entrada de fluxos estrangeiros na Bolsa brasileira.
A aprovação de Stephen Miran no Fed: o peso político da decisão
A escolha de Stephen Miran para integrar o Conselho de Governadores do Fed tem forte carga política. Miran é próximo de Donald Trump e já exerceu cargos técnicos no governo americano. Sua chegada ao Fed pode indicar maior pressão para cortes de juros mais agressivos, o que, em tese, favoreceria ativos de risco no curto prazo.
Trump vem reforçando esse discurso em sua rede social, afirmando que o presidente do Fed, Jerome Powell, “deve cortar os juros agora e mais do que planeja”. Essa postura de interferência na autoridade monetária aumenta a percepção de risco institucional, mas também reforça a expectativa de que o banco central americano possa adotar uma política monetária mais flexível nos próximos meses.
Ibovespa hoje: desempenho recente e expectativas
Na segunda-feira (15), o Ibovespa encerrou em alta de 0,9%, aos 143.546,58 pontos, apoiado pelo fluxo estrangeiro e pela expectativa de corte de juros nos EUA. O iShares MSCI Brazil (EWZ), ETF brasileiro negociado em Nova York, também avançou 0,20% no after-hours, cotado a US$ 30,05.
Já o dólar recuou 0,59%, fechando em R$ 5,3220 — o menor nível desde junho de 2024. Esse movimento reflete o apetite de investidores internacionais por ativos brasileiros, em meio à valorização das commodities e à perspectiva de juros menores nos EUA.
Fatores internacionais que afetam o Ibovespa hoje
Além da reunião do Fed, os investidores monitoram um ambiente global de incerteza:
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China e Hong Kong: bolsas operaram com variações discretas, refletindo dúvidas sobre o futuro das relações comerciais com os EUA.
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Europa: mercados abriram em queda, liderados por bancos e seguradoras, setores altamente sensíveis a mudanças nas taxas de juros.
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Petróleo: a commodity segue em baixa, com o Brent cotado a US$ 67 e o WTI em US$ 63, movimento que tende a pressionar empresas de energia listadas na B3.
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Criptomoedas: bitcoin e ethereum operam de forma mista, indicando cautela dos investidores em ativos alternativos.
Agenda econômica desta terça-feira (16)
A programação do dia traz indicadores importantes que podem influenciar o Ibovespa hoje:
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Brasil: divulgação da taxa de desemprego de julho (9h).
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EUA: vendas no varejo de agosto (9h30) e produção industrial de agosto (10h15).
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Europa: produção industrial da Zona do Euro.
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Japão: balança comercial de agosto.
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API/EUA: estoques de petróleo bruto (17h30).
No Brasil, os investidores acompanham também a agenda política de Lula, com reuniões no Palácio do Planalto, e a participação do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, no Copom.
Perspectivas para o Ibovespa hoje
Os principais cenários para a Bolsa brasileira nesta terça-feira são:
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Otimismo com corte de juros nos EUA: caso o Fed sinalize redução gradual da taxa básica, o fluxo de capitais pode favorecer o Ibovespa, principalmente ações ligadas a commodities e consumo.
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Volatilidade no câmbio: a valorização recente do real pode ser testada caso os juros americanos caiam menos do que o esperado ou haja sinalização de cautela do Fed.
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Agenda doméstica: a taxa de desemprego e as discussões políticas em Brasília podem mexer com a confiança do investidor local.
O Ibovespa hoje reflete não apenas a dinâmica interna da economia brasileira, mas também o peso das decisões do Federal Reserve em um momento de transição na política monetária dos Estados Unidos. A aprovação de Stephen Miran amplia a influência de Donald Trump sobre o banco central americano e adiciona um componente político às expectativas do mercado.
Para os investidores, o cenário é de cautela, mas também de oportunidade. A possível redução dos juros nos EUA, combinada ao fluxo estrangeiro e à valorização das commodities, pode abrir espaço para o Ibovespa testar novos patamares de valorização ainda nesta semana.






