Após um período de volatilidade e quedas sucessivas, o Ibovespa, principal índice acionário da B3, apresentou uma reviravolta surpreendente ao fechar em território positivo, encerrando uma sequência de 13 quedas consecutivas. Esta situação inédita na história da Bolsa brasileira gerou atenção e especulação entre os investidores.
Durante a semana, o Ibovespa experimentou uma queda de 2,25%, passando de 118.065,14 pontos para 115.408,52 pontos. Contudo, na sexta-feira (18), o índice conseguiu uma recuperação modesta, encerrando com um avanço de 0,37%. Esse movimento ascendente trouxe certo alívio ao mercado, porém, a incerteza persiste devido à falta de indicadores relevantes que possam direcionar as decisões dos investidores.
Um fator que influenciou o cenário durante a semana foi o desempenho desfavorável dos mercados internacionais, especialmente após a divulgação da ata do Fomc (Federal Open Market Committee), comitê de política monetária dos Estados Unidos. Essa conjuntura global contribuiu para a aversão ao risco nas decisões de investimento.
Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank, observa que além desses elementos, a expectativa em torno do anúncio de novos ministros antes da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a reunião da cúpula dos Brics na África do Sul e os desafios relacionados à tramitação de pautas econômicas no Congresso Nacional também afetaram o mercado.
Dierson Richetti, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, enfatiza que a semana encerrou com os mercados impactados por informações vindas da China, onde várias incorporadoras estatais reportaram prejuízos. Quanto às próximas semanas, ele sugere que a estabilidade pode ser uma tendência, mas aponta que será necessário um fator novo para impulsionar o mercado de maneira mais substancial, seja no âmbito político ou macroeconômico.
No que diz respeito às moedas estrangeiras, o dólar e o euro registraram altas em relação ao real durante a semana, atingindo os valores de R$ 4,97 e R$ 5,40, respectivamente.
Nos Estados Unidos, os principais índices também sofreram quedas. O S&P 500, Dow Jones e Nasdaq recuaram 2,11%, 2,21% e 2,59%, respectivamente, durante a semana.
Entre as ações mais valorizadas da semana no mercado brasileiro, destacaram-se três empresas:
1. IRB Re (IRBR3): A resseguradora teve um aumento de 11,72%, atingindo o valor de R$ 43,74. O otimismo em torno da ação se deve à elevação da recomendação de venda para neutro por parte do Citi. Além disso, a divulgação do balanço do segundo trimestre de 2023, que mostrou um lucro de R$ 20,1 milhões e a reversão do prejuízo anterior, contribuiu para a valorização.
2. Vibra (VBBR3): A empresa registrou uma valorização de 7,41%, chegando ao valor de R$ 17,83. Os resultados do segundo trimestre de 2023, que indicaram uma desalavancagem gradual, foram bem recebidos pelos investidores.
3. Sabesp (SBSP3): Com uma alta de 6,55%, a ação atingiu R$ 59,84. A notícia sobre a adesão da cidade de São Paulo à Unidade Regional de Serviços de Abastecimento de Água Potável e Esgotamento Sanitário (Urae) impulsionou as expectativas de privatização da companhia, contribuindo para a valorização.
Apesar das oscilações e da incerteza que permeiam o mercado, essas valorizações nas ações de IRB Re, Vibra e Sabesp durante a semana oferecem perspectivas positivas para os investidores. No entanto, especialistas alertam para a necessidade de cautela diante da complexa conjuntura econômica e política.