O Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, enfrentou um início de 2024 turbulento, registrando uma queda de 4,88% em menos de um mês, saindo dos 134.185 pontos para 127.635,65 pontos entre o fechamento de 2023 e a última sexta-feira (19). Apesar dessa oscilação, os analistas mantêm projeções otimistas para o ano.
A queda recente foi atribuída à expectativa do mercado em relação ao corte de juros pelo Federal Reserve (FED), o banco central americano. Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, aponta que a ansiedade do mercado quanto a um possível corte em março resultou na recente instabilidade. Contudo, a perspectiva é de que o corte ocorra no final do segundo trimestre.
Luís Moran, head da EQI Research, destaca que a correção natural do mercado também contribuiu para a queda, e a duração dessa correção ainda é incerta.
Os analistas sugerem cautela aos investidores diante desse cenário. Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos, aconselha esperar sinais de que a tensão diminuiu antes de novos investimentos, considerando a forte pressão sobre a Bolsa no curto prazo.
Apesar da recente queda, as projeções para o Ibovespa em 2024 permanecem otimistas, variando entre 138 mil pontos e 170 mil pontos. Fernando Siqueira, head de research da Guide Investimentos, associa a perspectiva positiva ao ciclo de quedas de juros e destaca que históricamente períodos de queda de juros foram benéficos para os investimentos, incluindo ações.
A taxa Selic encerrou 2023 em 11,75%, e as projeções apontam para uma continuidade no ciclo de corte, chegando a 9% até o final do ano. A queda de juros nos Estados Unidos também é vista como um fator importante para o desempenho positivo do mercado brasileiro, atraindo investidores globais.
Embora haja um consenso entre os analistas quanto ao otimismo para 2024, a estimativa de projeção para o índice varia, com a Ativa Investimentos sendo mais conservadora, prevendo o Ibovespa em 138 mil pontos no final do ano, enquanto outras projeções atingem até 170 mil pontos.
Em meio a essa perspectiva, os especialistas recomendam estar comprado em Bolsa, e para aqueles que não sabem montar uma carteira, a sugestão é investir em Exchange Traded Funds (ETFs) que replicam o Ibovespa, como o BOVA11.