O Impasse entre os Correios e o FII TRBL11: O Futuro do Centro Logístico de Contagem
O cenário que envolve o Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11) e os Correios continua tenso e sem perspectivas de resolução a curto prazo. A última novidade sobre o caso foi a comunicação feita aos cotistas do fundo imobiliário na noite de segunda-feira, 13 de janeiro. A informação trouxe uma surpresa desagradável: o não pagamento do aluguel de dezembro referente ao Centro Logístico de Contagem, em Minas Gerais, que permanece locado à empresa pública. Este imóvel, responsável por uma parte significativa da receita do TRBL11, representa 46,5% do rendimento do fundo, e a disputa entre a gestão do fundo e a estatal se arrasta desde outubro de 2024.
A Briga Pelas Manutenções do Imóvel
A origem do impasse remonta a questões estruturais do Centro Logístico de Contagem, que estavam comprometidas, com rachaduras e danos nas juntas de dilatação do edifício. Desde outubro de 2024, a disputa sobre a responsabilidade pelas reparações no imóvel gerou tensões, pois os Correios e o fundo imobiliário não conseguiam chegar a um consenso sobre a quem caberia realizar as correções necessárias.
De um lado, o Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11) argumentava que as falhas estruturais eram de responsabilidade dos Correios, devido à falta de manutenção preventiva por parte da empresa pública. Do outro lado, os Correios alegaram que os danos eram de ordem estrutural, de modo que o proprietário do imóvel – o fundo imobiliário – deveria arcar com os custos.
O Impacto na Receita do FII
O Centro Logístico de Contagem era um ativo estratégico para o TRBL11, gerando mais da metade da sua receita. Assim, a interrupção das operações do imóvel desde outubro e a subsequente interdição pela Defesa Civil, que constatou graves problemas de erosão e rachaduras, impactaram diretamente o fundo imobiliário.
No entanto, após o início das obras de reparação no centro logístico, que custaram cerca de R$ 14 milhões ao fundo, houve uma parcial liberação do imóvel no dia 5 de dezembro de 2024. Apesar de as intervenções terem sido feitas de forma eficiente e concluídas antes do prazo, o pagamento do aluguel de dezembro, que venceu no dia 7 de janeiro, não foi realizado pelos Correios. A gestão do fundo, então, comunicou aos cotistas que, mesmo com o imóvel em operação, a empresa pública não honrou o compromisso financeiro.
Detalhes das Obras de Reparação
As obras realizadas no imóvel em Minas Gerais estavam focadas em corrigir danos críticos nas juntas de dilatação e reforçar a sustentação do galpão logístico. Além disso, as intervenções foram projetadas para tratar o afundamento do aterro, uma das causas dos danos estruturais, que foram identificados pela Defesa Civil.
Embora as obras de reparo tenham sido concluídas antes do prazo estipulado, há ainda a necessidade de realizar a manutenção do solo, que deve ser finalizada apenas no final de março de 2025. Até o momento, a Defesa Civil ainda mantém a interdição de partes do imóvel, como a cozinha e o refeitório, que representam menos de 1% do total da área.
A Repercussão no Mercado de Fundos Imobiliários
A situação negativa em torno do TRBL11 não passou despercebida no mercado financeiro. Apesar da notícia do não pagamento do aluguel, as cotas do fundo imobiliário apresentaram uma valorização de 1,33%, sendo negociadas a R$ 63,43 no momento em que o mercado estava mais agitado. Contudo, a situação continua gerando incertezas entre os cotistas, que se preocupam com a continuidade da operação do fundo e as possíveis repercussões desse impasse com os Correios.
A Relevância do Imóvel para os Correios
O Centro Logístico de Contagem não é apenas uma fonte de receita para o fundo imobiliário, mas também um ativo essencial para os Correios, que utilizam a estrutura para atividades de distribuição e armazenamento. A ausência de resolução para a manutenção do imóvel compromete a eficiência dos serviços prestados pela estatal e, por consequência, os resultados financeiros da empresa pública.
O Papel dos Correios na Crise
A postura dos Correios ao longo deste impasse tem gerado críticas. Em diversas oportunidades, a empresa não se posicionou de maneira clara sobre a responsabilidade pelas manutenções e sobre os impactos financeiros da paralisação das atividades no Centro Logístico de Contagem. Até o fechamento da reportagem, o governo federal não havia se manifestado oficialmente sobre a questão.
Em fato relevante, o Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11) fez questão de informar que a estatal foi comunicada sobre a liberação parcial do imóvel após as obras necessárias, mas, mesmo assim, o aluguel de dezembro não foi pago.
A Gestão do FII e as Medidas Legais
O fundo imobiliário, por sua vez, não se contentou em apenas expor a situação. Os gestores do TRBL11 asseguraram aos cotistas que medidas legais estão sendo tomadas para garantir o pagamento do aluguel e regularizar a situação. Além disso, o fundo está trabalhando para restabelecer a operação completa do imóvel, garantindo que o centro logístico retome suas atividades em sua totalidade.
A Busca Por Soluções
As intervenções e negociações entre os Correios e o Tellus Rio Bravo Renda Logística continuam sendo fundamentais para a resolução do impasse. A busca por uma solução envolve tanto o lado jurídico quanto o operacional, uma vez que ambas as partes precisam garantir a continuidade das operações sem prejuízos financeiros para o fundo imobiliário e para a estatal.
O Desdobramento da Situação
A situação ainda não tem um desfecho claro. A conclusão das obras de manutenção e a liberação total do imóvel são esperadas para o fim de março de 2025. Até lá, a tensão sobre o pagamento dos aluguéis e as possíveis disputas jurídicas devem continuar sendo um tema recorrente no mercado de fundos imobiliários e na mídia especializada.
O impasse entre os Correios e o Tellus Rio Bravo Renda Logística (TRBL11) continua gerando incertezas e preocupações, principalmente para os cotistas do fundo imobiliário. A falta de resolução sobre o pagamento do aluguel e a responsabilidade pela manutenção do imóvel comprometem não apenas a operação do fundo, mas também a relação com a estatal. Para o futuro do Centro Logístico de Contagem, ainda há muitas questões a serem resolvidas.