Lucro da Airbus sobe 14% no 3º trimestre com força em defesa e aviação comercial
A Airbus registrou um lucro líquido de €1,12 bilhão no terceiro trimestre de 2025, o que representa uma alta de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho foi impulsionado principalmente pelos segmentos de Defesa e Espaço, Helicópteros e aviação comercial, consolidando a recuperação da fabricante europeia diante de um cenário global desafiador no setor aeroespacial.
A receita total da companhia também apresentou forte avanço, atingindo €17,83 bilhões, superando as projeções de mercado, que estimavam €17,37 bilhões. O Ebit ajustado cresceu expressivos 38%, para €1,94 bilhão, refletindo ganhos operacionais, câmbio favorável e maior eficiência nos programas de serviços e entregas de aeronaves.
Com esses resultados, o lucro da Airbus reforça o otimismo do mercado em torno da retomada do setor de aviação comercial e da resiliência das operações industriais europeias, mesmo diante de gargalos nas cadeias de suprimentos e pressões inflacionárias.
Crescimento sólido: lucro da Airbus supera expectativas do mercado
O lucro da Airbus veio acima das estimativas de analistas e foi recebido com entusiasmo pelos investidores. As ações da companhia subiram 2,55% na Bolsa de Paris, refletindo a confiança na recuperação sustentada da demanda por aeronaves comerciais e na eficiência da gestão operacional.
De acordo com dados divulgados pela empresa, o desempenho financeiro do trimestre foi impulsionado principalmente pela expansão das entregas comerciais e pela recuperação das divisões de Defesa e Espaço, áreas estratégicas em meio ao aumento das tensões geopolíticas globais e à modernização das forças aéreas europeias.
O Ebit ajustado anual permanece projetado em €7 bilhões, com fluxo de caixa livre estimado em €4,5 bilhões — números que indicam estabilidade e controle de custos em um ambiente ainda pressionado por desafios logísticos.
Desempenho por segmento: defesa e aviação comercial lideram alta
A divisão de Defesa e Espaço foi um dos motores do lucro da Airbus no trimestre. O aumento de contratos com governos europeus e a expansão da produção de sistemas de vigilância e satélites ajudaram a compensar o impacto das restrições na cadeia de fornecimento.
A aviação comercial, por sua vez, mantém ritmo acelerado de entregas. A Airbus manteve a meta de 820 aeronaves entregues em 2025, reforçando a expectativa de que a maior parte das entregas se concentre no último trimestre — comportamento típico do setor.
Além disso, o segmento de helicópteros apresentou crescimento consistente, beneficiado pelo aumento da demanda em operações civis e governamentais, especialmente no transporte offshore e missões de resgate.
Desafios de produção: ajustes e novas estratégias industriais
Apesar do resultado positivo, o lucro da Airbus ainda é limitado pelos desafios na cadeia de suprimentos global, que continua afetando a produção de motores, componentes eletrônicos e equipamentos de cabine.
A companhia anunciou a redução da meta de produção do modelo A220 para 12 aeronaves por mês em 2026, abaixo das 14 inicialmente previstas, citando escassez de motores e materiais críticos.
O CEO Guillaume Faury afirmou que o ajuste visa equilibrar a demanda e a capacidade produtiva, evitando gargalos que possam comprometer o ritmo de entregas. Faury também destacou a integração das operações da Spirit AeroSystems, recentemente adquirida pela Airbus, como medida estratégica para fortalecer o controle sobre a cadeia de fornecimento na Europa, África e Estados Unidos.
Mesmo com a revisão no A220, as metas de produção dos demais modelos foram mantidas:
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A320: 75 unidades mensais até 2027;
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A330: 5 unidades mensais até 2029;
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A350: 12 unidades mensais até 2028.
Esses números reforçam o compromisso da empresa em atender a demanda global crescente por aeronaves de baixo consumo e alto desempenho, especialmente em mercados como Ásia e Oriente Médio.
Airbus celebra estabilidade em meio à recuperação do setor aéreo
O lucro da Airbus reflete a resiliência do mercado de aviação comercial, que se recupera gradualmente após as restrições impostas pela pandemia. Com companhias aéreas retomando planos de expansão e renovação de frotas, a fabricante europeia mantém uma posição dominante no setor, competindo diretamente com a americana Boeing.
O CEO Faury destacou que 2025 marca um ano de consolidação industrial, com ênfase na padronização de processos produtivos, investimentos em eficiência energética e expansão de parcerias internacionais.
A Airbus também ressaltou o impacto positivo do acordo comercial entre União Europeia e Estados Unidos, que trouxe maior previsibilidade regulatória e reduziu o risco de novas tarifas no setor aeroespacial — um ponto crucial após anos de tensões comerciais transatlânticas.
Parceria espacial e ambição europeia contra a SpaceX
Além dos ganhos no setor de aviação, o trimestre foi marcado por um passo importante na corrida espacial europeia. A Airbus anunciou a criação de uma nova empresa conjunta com as gigantes Thales e Leonardo, voltada à integração de operações de satélites, sistemas espaciais e serviços orbitais.
O grupo — que reunirá cerca de 25 mil profissionais em países como Alemanha, França, Itália, Espanha e Reino Unido — tem o objetivo de posicionar a Europa como competidora direta da SpaceX, de Elon Musk, no mercado de lançamentos e infraestrutura espacial.
A iniciativa representa uma estratégia de longo prazo para consolidar a autonomia tecnológica da Europa e ampliar a presença do continente no setor de defesa e telecomunicações orbitais.
Ações da Airbus disparam e mercado vê trajetória sustentável
A divulgação do lucro da Airbus foi recebida com forte valorização nas bolsas europeias. Em Paris, os papéis da fabricante subiram 2,55%, e em Londres, a companhia também teve ganhos expressivos.
Para analistas do mercado, o resultado confirma o ritmo de recuperação da Airbus, mesmo com as incertezas do cenário global. A combinação de eficiência operacional, demanda reprimida e fortalecimento do setor de defesa coloca a empresa em posição favorável para 2026 e além.
Economistas apontam ainda que o euro mais estável e a redução dos custos de energia na Europa devem beneficiar os próximos trimestres, especialmente com a retomada industrial em países como Alemanha e França.
Perspectivas: Airbus mira o futuro com inovação e sustentabilidade
O foco da Airbus para os próximos anos vai além dos números financeiros. A companhia aposta em inovação tecnológica e sustentabilidade como pilares de seu crescimento. Projetos como o A350 ZeroE, que utiliza hidrogênio como combustível alternativo, e a plataforma Wing of Tomorrow, voltada à produção de asas mais leves e eficientes, reforçam o compromisso ambiental da empresa.
Além disso, a Airbus intensifica esforços na digitalização de suas fábricas, por meio de inteligência artificial e robótica aplicada à produção, visando reduzir custos e melhorar prazos de entrega.
O CEO Faury destacou que “o equilíbrio entre rentabilidade e sustentabilidade é a chave para o futuro da aviação”, sinalizando que o lucro da Airbus deve continuar crescendo com base em uma estratégia de longo prazo voltada à inovação.
Airbus confirma liderança global e consolida recuperação
O lucro da Airbus de €1,12 bilhão no terceiro trimestre de 2025 reforça o retorno da confiança no setor aeroespacial europeu. Com expansão nas áreas de defesa, espaço e aviação comercial, a companhia mantém metas ambiciosas de produção e lucro, mesmo diante dos desafios persistentes de fornecimento global.
A fabricante se consolida como um símbolo da recuperação industrial europeia, ao combinar rentabilidade, inovação e responsabilidade ambiental. O mercado vê a Airbus não apenas como uma empresa sólida, mas como um dos pilares da nova economia verde e tecnológica que moldará o futuro da aviação mundial.






