O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está liderando uma iniciativa para propor uma estratégia internacional para combater o crescimento dos movimentos de extrema-direita ao redor do mundo. Sua proposta é reunir “presidentes democratas” em um evento paralelo à Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que acontecerá em setembro, em Nova York.
Durante um café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto nesta terça-feira (23), Lula expressou sua preocupação com o atual cenário político global e destacou a necessidade de organização e preparação por parte dos setores progressistas e democráticos.
O ex-presidente revelou que já discutiu sua proposta com os presidentes da Espanha, Pedro Sánchez, e da França, Emmanuel Macron, como parte de seus esforços para formar uma coalizão internacional contra o avanço da extrema-direita.
Lula ressaltou casos de violência e intolerância não apenas no Brasil, mas também em países da Europa e nos Estados Unidos. Ele citou o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos, em janeiro de 2021, como um exemplo de ameaça à democracia e à ordem institucional.
Além disso, Lula observou um retrocesso na América do Sul, onde antigamente predominavam governos comprometidos com a esquerda e a justiça social. Ele atribui esse retrocesso ao crescimento da extrema-direita, xenofobia, racismo e perseguição a minorias.
Aproveitando o momento de “otimismo nas relações diplomáticas” do Brasil, Lula planeja promover uma discussão política abrangente sobre esses desafios e possíveis estratégias de enfrentamento.
O ex-presidente também abordou as relações do Brasil com países da América do Sul, como a Argentina, especialmente após a posse do presidente Javier Milei, conhecido por sua postura de extrema-direita. Lula destacou a importância do diálogo diplomático e expressou interesse em saber mais sobre uma carta enviada por Milei ao chanceler brasileiro.
No âmbito das relações bilaterais, o Ministério das Relações Exteriores discutiu com a chanceler argentina, Diana Mondino, temas como infraestrutura, energia, defesa e integração regional.
Diante dos desafios representados pelo avanço da extrema-direita, Lula demonstra liderança ao buscar a cooperação internacional e a construção de alianças para fortalecer os valores democráticos e a estabilidade política em todo o mundo.