O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que, em seu encontro com o presidente da França, Emmanuel Macron, em almoço nesta sexta-feira (23), o líder francês disse que há dificuldade em aprovar o assunto no Congresso.
“Se tiver que conversar com os amigos da esquerda aqui na França, vou tentar convencê-los da importância do acordo”, disse Lula, em entrevista coletiva à imprensa ao final de sua viagem ao país europeu. O presidente brasileiro esteve em Paris para encontro com líderes e participar da Cúpula para um Novo Pacto Financeiro Global.
Lula disse que o protecionismo não faz sentido, que é normal a França defender sua agricultura, assim como o Brasil defender as compras governamentais, questões que estariam impedindo o avanço do acordo. Podemos melhorar outras coisas e podemos chegar a um acordo. Nós precisamos fazer acordo com a UE e a UE tem que fazer acordo com o Mercosul. Ambos precisam um do outro. É preciso deixar a arrogância de lado e colocar o bom senso”, arrematou o presidente brasileiro.
Questionado sobre se o cancelamento do jantar ontem à noite com o príncipe herdeiro do Reino da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman al Saud, Lula negou que isso foi para evitar “manchetes negativas”, uma vez que o príncipe foi quem presenteou o ex-presidente Jair Bolsonaro e a sua mulher, Michelle, co,m joias de alto valor.
“Eu não tive condições de ir nesse jantar. Soube que o príncipe quer investir no Brasil. E isso nos interessa. Se a Arábia realmente tiver interesse em investir no Brasil, vamos conversar, o Itamaraty vai cuidar disso. Sobre a polêmica das joias, isso não é comigo”, respondeu.
Provocado a comentar o motim do grupo mercenário russo Wagner em Moscou, Lula disse que não iria falar a respeito por ainda não ter informações sobre o que está acontecendo. Sei que está havendo um motim, mas não sei o tamanho da rebelião, quando chegar ao Brasil vou conversar com muita gente e terei condições de comentar melhor”, concluiu.