As ações da Magazine Luiza (MGLU3) estão em destaque neste mês, encaminhando-se para encerrar novembro com uma das maiores altas do Ibovespa. De acordo com dados do Broadcast, os papéis apresentam uma valorização notável de 43,6% desde o início do mês até a quarta-feira (29). Essa performance coloca a Magazine Luiza atrás apenas das ações da Marfrig (MRFG3) e da Siderúrgica Nacional (CSAN3), que lideram as maiores altas de novembro, com ganhos de 60% e 45%, respectivamente.
Esses avanços coincidiram com o período em que a empresa anunciou ao mercado a presença de incorreções contábeis relacionadas ao reconhecimento de bônus, vinculados às metas de desempenho dos fornecedores. Analistas acreditam que esses ganhos refletem uma melhoria no cenário macroeconômico, beneficiando as ações da varejista que foram impactadas pelo ciclo de aumento de juros. No entanto, mesmo com essa recuperação, as perdas acumuladas no ano ainda chegam a 30%.
“Houve uma melhora global para os ativos de risco no período após a tese de ‘pouso suave’ nos Estados Unidos ganhar força. Então, qualquer melhora no cenário termina impulsionando um pouco mais que a média”, explica Lucas Lima, analista da VG Research.
É importante notar que, desde julho, o Federal Reserve (FED), o Banco Central norte-americano, mantém a taxa de juros entre 5,25% e 5,50%. Enquanto nos Estados Unidos, a perspectiva é de uma política monetária mais branda, no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) tem reduzido a Selic, a taxa básica de juros, nas últimas reuniões.
Apesar dos resultados positivos, o ambiente econômico ainda representa desafios para o setor varejista, com a taxa de juros em níveis elevados e um alto índice de inadimplência entre os brasileiros. Esses fatores impactam as vendas do varejo, tornando a recomendação de compra para as ações da Magazine Luiza desafiadora.
A Nord Research não mantém uma recomendação de compra para o papel, enquanto a Genial Investimentos sugere que os investidores mantenham suas posições, com um preço-alvo de R$ 2,10, indicando um potencial de valorização de 7,14%. A alta alavancagem da empresa, com R$ 3 bilhões em dívidas a vencer no curto prazo, é apontada como um possível obstáculo pela corretora.
Além disso, a repercussão das incorreções contábeis pode influenciar negativamente o desempenho do papel. XP e Ágora Investimentos também têm recomendação neutra para o papel, com preços-alvo de R$ 2,50 e R$ 4,50, respectivamente. A Magazine Luiza continua sendo vista como a melhor opção em relação aos seus concorrentes, apesar das incertezas presentes no atual cenário econômico.