Grupo 2TM, Dono do Mercado Bitcoin, Anuncia Reposicionamento Estratégico e Corte de Equipe
O Grupo 2TM, responsável pelo Mercado Bitcoin (MB), divulgou uma reestruturação significativa em suas operações no segmento de ativos digitais, que culminará no corte de 8% de sua equipe. A organização agora focalizará mais suas atividades em áreas voltadas para serviços a empresas, também conhecido como B2B (business-to-business). Essa mudança estratégica implica em direcionar esforços para a tokenização e originação de ativos digitais, custódia de criptoativos, infraestrutura para terceiros, bem como para empreendimentos associados ao conceito de real digital, entre outras vertentes.
O presidente do 2TM, Roberto Dagnoni, ressaltou que essa reestruturação tem o objetivo de preparar o grupo para aproveitar as oportunidades emergentes na criptoeconomia, à medida que novos participantes oriundos dos mercados convencionais ingressam nesse espaço. Além disso, a empresa pretende explorar o potencial de negócios que decorrem da aplicação da tecnologia blockchain.
“Fazemos essa mudança para focar mais no B2B. Conseguimos conquistar 3,8 milhões de clientes, um volume comparável ao da bolsa de valores em ações. Agora é o momento de explorar os ativos que construímos no setor”, explicou Dagnoni.
Os ajustes operacionais resultaram em cortes mais expressivos nas áreas de marketing e suporte, que possuem vínculo com o varejo B2C (business-to-consumer). O executivo ressaltou que não houve demissões nas equipes de desenvolvimento e produtos. Essa é a primeira redução de pessoal do grupo no cenário de cripto desde setembro do ano passado, em um contexto que coincide com a redução no volume de negociações nas plataformas de ativos digitais. Atualmente, o Mercado Bitcoin conta com cerca de 300 colaboradores.
O cenário regulatório brasileiro passou por mudanças consideráveis, na visão do executivo, incluindo o advento do real digital, o que abre espaço para novas linhas de negócios. Temos um Banco Central regulando e a CVM [Comissão de Valores Mobiliários] com uma abordagem positiva em relação aos security tokens. Investimos muito para alcançar essa regulamentação”, observou Dagnoni.
O presidente também destacou que, em junho, o MB obteve licenças para operar como instituição de pagamentos no Brasil e como corretora e custodiante de criptoativos em Portugal. Com essas autorizações e as mudanças nas regras dos fundos brasileiros previstas para outubro, a expectativa é que o MB possa oferecer a negociação de ativos digitais diretamente no país para gestoras de investimentos. Atualmente, os fundos investem em criptoativos apenas no exterior.
Entre as prioridades, Dagnoni enfatizou os esforços na tokenização de ativos tradicionais, como recebíveis de cartões, por meio da empresa Cerc, ligada ao grupo. Além disso, o MB também considera a possibilidade de ingressar no mercado de derivativos cripto, que possui um volume sete vezes superior ao do mercado à vista, por meio da SL Tools, outra investida do grupo.
O Mercado Bitcoin conta com investidores notáveis, incluindo o Softbank, que injetou US$ 200 milhões no grupo em 2021. Essa rodada de investimento avaliou o 2TM em US$ 2,1 bilhões, transformando-o no primeiro unicórnio cripto do país. O grupo agora busca capitalizar sua experiência e infraestrutura para explorar novas oportunidades e áreas de crescimento no dinâmico mercado de ativos digitais.