Nubank trabalho presencial: fintech anuncia retorno obrigatório ao escritório a partir de 2026
O Nubank anunciou que seus funcionários voltarão a trabalhar presencialmente em parte da semana a partir de julho de 2026, encerrando um ciclo de ampla adoção do home office que marcou os últimos anos. O banco digital, conhecido por sua cultura de inovação e gestão flexível, determinou que a maior parte de sua equipe global passará a comparecer ao escritório duas vezes por semana — e, em janeiro de 2027, o regime evoluirá para três dias presenciais.
A medida afeta cerca de 70% dos quase 9.500 colaboradores do grupo, espalhados por Brasil, México, Colômbia, Argentina e Estados Unidos. Segundo a direção da fintech, o objetivo é melhorar a comunicação interna, acelerar a tomada de decisões e fortalecer o senso de pertencimento dentro da companhia, em um momento em que o crescimento e a internacionalização exigem mais agilidade.
Mudança no modelo de trabalho do Nubank
Desde a pandemia de Covid-19, o Nubank adotou uma política de trabalho remoto altamente flexível — com os funcionários podendo exercer até 93% das suas atividades de forma virtual. Esse formato ajudou a fintech a crescer exponencialmente, passando de 59 milhões de clientes em 2020 para mais de 122 milhões em 2025.
Com a nova política, a empresa pretende equilibrar a liberdade do trabalho remoto com os benefícios do convívio presencial. A expectativa é que o novo formato traga ganhos em produtividade, inovação e colaboração, fatores considerados essenciais para sustentar o ritmo de expansão da companhia.
A direção argumenta que, embora o trabalho remoto tenha permitido eficiência e escala, houve perdas em comunicação e integração, especialmente entre equipes de diferentes áreas e países. Assim, o novo regime híbrido busca reconectar os times, estimular a criatividade e simplificar processos internos.
Nubank reforça visão de longo prazo e crescimento global
O cofundador e CEO do Nubank, David Vélez, vem sinalizando que o foco estratégico da empresa nos próximos anos será otimizar a performance global e sustentar o crescimento internacional. Para isso, a fintech aposta em um modelo de gestão que favoreça sinergia entre times, agilidade operacional e inovação contínua.
O executivo argumenta que a presença física regular nos escritórios contribui para decisões mais rápidas e eficazes, reduzindo a burocracia e as lacunas de comunicação. O retorno gradual ao modelo híbrido, portanto, seria uma forma de recalibrar a cultura corporativa, sem abandonar a flexibilidade conquistada nos últimos anos.
A empresa acredita que esse movimento vai reforçar a cultura de inovação e o espírito colaborativo que marcaram o início da trajetória do Nubank, quando equipes menores trabalhavam lado a lado no escritório de São Paulo.
Novos escritórios e realocação de funcionários
Com a implementação do novo modelo, o Nubank também planeja ampliar sua estrutura física. Estão previstos novos espaços em Campinas, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, além da expansão das sedes em São Paulo, Cidade do México e Bogotá.
No exterior, haverá novos escritórios em Buenos Aires, Miami, Palo Alto e Washington DC, regiões estratégicas tanto para a operação internacional quanto para a contratação de talentos globais.
Para facilitar o processo, a fintech oferecerá auxílio de realocação a colaboradores que precisarem se mudar, reafirmando o compromisso com a manutenção de um ambiente de trabalho inclusivo e acessível.
Estratégia de expansão internacional
A mudança na rotina dos colaboradores ocorre em um momento crucial da trajetória do Nubank. A empresa entrou com pedido de licença bancária nacional nos Estados Unidos, parte de um plano que visa atingir latino-americanos expatriados e consumidores americanos em busca de alternativas digitais aos bancos tradicionais.
Além disso, a fintech avança na ampliação das operações no México e na Colômbia, mercados considerados prioritários. No Brasil, o foco está na oferta de novos produtos e linhas de crédito para clientes de alta renda, reforçando a diversificação do portfólio e o posicionamento premium da marca.
Com a consolidação nos principais mercados da América Latina e a entrada nos EUA, o Nubank busca se tornar uma instituição financeira global, mantendo o DNA digital e a eficiência operacional que o diferenciam desde a fundação.
Impacto na cultura corporativa
A decisão de aumentar a presença no escritório reflete um movimento mais amplo entre grandes empresas de tecnologia e bancos digitais. No setor financeiro, instituições brasileiras como Itaú e Bradesco já haviam adotado regimes híbridos de dois ou três dias presenciais por semana, seguindo uma tendência internacional que equilibra flexibilidade e integração.
No caso do Nubank, a mudança representa uma adaptação à maturidade organizacional. A companhia passou de uma startup enxuta para um conglomerado global, e agora busca alinhar processos e valores entre diferentes unidades de negócio.
Especialistas em cultura corporativa destacam que o desafio será preservar o espírito inovador e horizontal que sempre caracterizou o Nubank, ao mesmo tempo em que a empresa se estrutura como uma instituição financeira de grande porte.
Nubank e o aprendizado pós-pandemia
O período de trabalho remoto foi essencial para que a empresa comprovasse sua capacidade de operar em escala global com eficiência digital. No entanto, a experiência também revelou limitações na colaboração e na troca de ideias espontâneas — algo que o contato presencial tende a favorecer.
Segundo a visão da diretoria, a convivência entre equipes em ambientes físicos promove maior senso de urgência e pertencimento, além de estimular a criatividade em projetos de inovação. Esse equilíbrio entre autonomia e colaboração será o pilar do modelo híbrido a ser implementado.
Fintechs e o retorno ao escritório
A decisão do Nubank segue um movimento observado em outras fintechs e empresas de tecnologia, como Google e Meta, que também revisaram suas políticas de trabalho remoto. Essas companhias argumentam que a proximidade física acelera decisões, fomenta o aprendizado coletivo e fortalece a cultura corporativa.
No caso do Nubank, o retorno parcial ao escritório é visto como um passo estratégico para garantir alinhamento global, eficiência de comunicação e velocidade operacional. A expectativa é que o modelo gere impacto positivo nos resultados, especialmente em áreas que exigem cooperação intensa, como tecnologia, risco e produtos.
Desafios e expectativas para o futuro
O principal desafio do Nubank trabalho presencial será equilibrar os benefícios da interação face a face com a flexibilidade conquistada durante o home office. A empresa pretende manter parte do modelo remoto, principalmente para equipes distribuídas e funções que exigem alta concentração individual.
Com uma base global de colaboradores e culturas distintas, o banco digital aposta em lideranças mais participativas e comunicação integrada para assegurar que o novo formato fortaleça a produtividade sem comprometer o bem-estar dos funcionários.
A empresa acredita que o modelo híbrido será vantajoso para o engajamento, a inovação e o desempenho coletivo, pilares essenciais para sustentar seu crescimento nos próximos cinco a dez anos.
Nubank reafirma liderança entre bancos digitais
Mesmo com os ajustes internos, o Nubank segue no topo da lista das instituições financeiras mais valiosas da América Latina, ultrapassando bancos tradicionais como o Itaú Unibanco. Desde o IPO na Bolsa de Nova York, em 2021, o banco digital consolidou-se como símbolo da nova geração de fintechs, combinando inovação tecnológica, inclusão financeira e rentabilidade.
A decisão de revisar o modelo de trabalho é vista pelos analistas como um movimento natural de amadurecimento, voltado para sustentar a eficiência e a performance em escala global.
Com resultados sólidos e perspectiva de expansão, o Nubank trabalho presencial representa mais do que uma simples mudança de rotina: é parte de uma reorganização estratégica de longo prazo, voltada à consolidação da empresa como referência internacional em serviços financeiros digitais.






