O governo peruano declarou emergência nacional de saúde por 90 dias, neste domingo, devido a um surto incomum de casos de síndrome de Guillain-Barré, após a morte de quatro pessoas por essa doença que afeta o sistema nervoso.
Foi “declarada Emergência Nacional de Saúde por um período de 90 dias devido ao aumento inusitado de casos da Síndrome de Guillain Barré”, diz um comunicado do Ministério da Saúde.
A emergência abrange as 25 regiões do país. “Houve um aumento significativo nas últimas semanas, o que nos obriga a tomar medidas como Estado para proteger a saúde e a vida da população”, disse o ministro da Saúde, César Vásquez, à imprensa.
O ministro explicou que esta declaração vai permitir a compra de imunoglobulina para o tratamento de pacientes com a doença nos próximos dois anos. O número de mortos pela síndrome subiu para quatro e os casos ultrapassaram 180 entre janeiro e julho, segundo novo balanço do ministério.
A rara doença autoimune se manifesta como uma fraqueza muscular progressiva que surge em um período de duas a quatro semanas e pode afetar o sistema respiratório. Um de seus sintomas mais frequentes é o formigamento e a falta de força nas extremidades.
A síndrome costuma ser provocada por um processo infeccioso anterior. Diversas infecções são associadas à Síndrome de Guillain Barré, sendo a causada pelas bactérias Campylobacter, que provoca diarreia, a mais comum.
A doença leva o próprio sistema imunológico a atacar partes do sistema nervoso que conectam o cérebro com outras partes do corpo. Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, a maior parte das pessoas percebe como primeiros sintomas da síndrome uma sensação de dormência ou queimação nas extremidades dos membros inferiores (pés e pernas) e, em seguida, nos superiores (mãos e braços).
A síndrome não tem cura, porém há tratamentos que conseguem aliviar os sintomas e impedir o avanço da doença. Ele pode envolver medicamentos como imunobiológicos, procedimentos de transfusão de plasma sanguíneo e técnicas de reabilitação.
O Ministério da Saúde também aponta que são registrados de 1 a 4 casos da síndrome a cada 100 mil pessoas anualmente no Brasil, especialmente entre os 20 e 40 anos de idade.