Em meio à maior tragédia climática de sua história, o Rio Grande do Sul se tornou o maior beneficiário de destinações do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) para fundos de proteção de crianças e idosos, recebendo um total de R$ 35 milhões. Essa quantia supera os valores destinados a São Paulo (R$ 33 milhões) e Paraná (R$ 18 milhões), conforme dados obtidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) junto à Receita Federal.
Mobilização nacional em meio à tragédia climática
Desde o final de abril, o Rio Grande do Sul enfrenta uma série de fortes chuvas, enchentes e enxurradas, resultando em 163 mortes e forçando meio milhão de pessoas a deixar suas casas, com cerca de 70 mil ainda em abrigos improvisados. A cheia sem precedentes afetou mais de 440 municípios, mobilizando doações de todas as partes do país.
Destinação do Imposto de Renda: Um ato de solidariedade
A legislação brasileira permite que os contribuintes destinem até 6% do imposto devido para fundos estaduais e municipais vinculados ao Estatuto da Criança e do Adolescente e ao Estatuto do Idoso. Esse mecanismo tem se mostrado uma maneira eficaz de canalizar recursos diretamente para projetos sociais.
Ao preencher a declaração anual do IRPF, os contribuintes podem especificar o estado e até a cidade onde desejam que os fundos atuem. Esta opção, porém, está disponível apenas para aqueles que optam pela declaração completa. O prazo para entrega do IRPF deste ano se encerra em 31 de maio, com mais de 30 milhões das 43 milhões de declarações esperadas já submetidas.
Possibilidade de retificação e impacto dos fundos
Mesmo após a entrega da declaração, os contribuintes ainda podem fazer uma versão retificadora até o final do prazo, incluindo destinações aos fundos. No ano passado, mais de 4.712 Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente (FDCA) e Fundos dos Direitos da Pessoa Idosa (FDPI) receberam mais de R$ 282 milhões em destinações do IRPF. Esses números consolidados são geralmente divulgados em setembro.
Importância das doações em tempos de crise
A situação no Rio Grande do Sul evidenciou a importância de mecanismos como a destinação do IRPF para fundos de proteção. Esses recursos são essenciais para apoiar as populações mais vulneráveis, especialmente em momentos de crise. A mobilização nacional demonstra um forte senso de solidariedade e cidadania, contribuindo para a recuperação e suporte das comunidades afetadas.
O Rio Grande do Sul, ao receber R$ 35 milhões em destinações do Imposto de Renda, destaca-se como exemplo de como a legislação tributária pode ser utilizada para promover o bem-estar social. Em tempos de tragédia, a participação ativa dos contribuintes é crucial para fortalecer a rede de proteção social e auxiliar na reconstrução de vidas e comunidades.