Petrobras anuncia dividendos extraordinários de R$ 20 bilhões
A Petrobras aprovou, por meio de seu Conselho de Administração (CA), o pagamento de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários aos acionistas, com valores que contemplam ações ordinárias e preferenciais. A decisão foi tomada nesta quinta-feira e reafirma o compromisso da estatal com sua política de remuneração aos investidores, ao mesmo tempo em que planeja seu futuro estratégico com foco em sustentabilidade e transição energética.
Detalhes do pagamento de dividendos
Os dividendos serão divididos em duas categorias:
- Dividendos intermediários: R$ 15,6 bilhões, com base na reserva de remuneração do capital.
- Dividendos intercalares: R$ 4,4 bilhões.
O valor por ação foi definido em R$ 1,55174293, abrangendo tanto as ações ordinárias quanto preferenciais. A data de pagamento para os investidores que possuem ações negociadas na B3 foi marcada para 23 de dezembro de 2024, enquanto os detentores de ADRs (American Depositary Receipts) receberão os valores a partir de 3 de janeiro de 2025.
Datas importantes para acionistas
- Data de corte para ações na B3: 11 de dezembro de 2024.
- Data de corte para ADRs na NYSE: 13 de dezembro de 2024.
- Ex-direitos na B3: A partir de 12 de dezembro de 2024.
Além disso, o pagamento será submetido à Assembleia Geral Ordinária de 2025, com reajuste pela taxa Selic até o fechamento do exercício social de 2024, para cálculo do valor a ser descontado.
Plano Estratégico 2050: a visão de longo prazo da Petrobras
O Conselho também aprovou o Plano Estratégico 2050 (PE 2050) e o Plano de Negócios 2025-2029 (PN 2025-29). Os planos reafirmam o compromisso da Petrobras com a sustentabilidade e a transição energética, enquanto busca manter sua posição de liderança no mercado de óleo e gás.
O PE 2050 projeta o futuro da empresa com base em:
- Diversificação: Investimentos em negócios de baixo carbono, como petroquímicos, biocombustíveis e fertilizantes.
- Sustentabilidade: Integração de práticas que conciliam geração de valor com respeito ao meio ambiente.
- Neutralidade de carbono: A meta é zerar emissões operacionais até 2050.
Com esses pilares, a Petrobras busca ser reconhecida como a melhor empresa integrada de energia no mundo, ampliando sua relevância na transição energética global e no desenvolvimento econômico do Brasil.
Investimentos no PN 2025-2029
O Plano de Negócios 2025-29 prevê investimentos totais de US$ 111 bilhões, divididos em:
- Carteira de Projetos em Implantação: US$ 98 bilhões.
- Carteira de Projetos em Avaliação: US$ 13 bilhões, destinada a iniciativas ainda em fase de estudo para comprovação de viabilidade.
O montante é 9% superior ao previsto no plano anterior (PE 2024-28+), evidenciando o esforço da Petrobras em modernizar suas operações e ampliar seu portfólio de produtos.
Entre as prioridades destacadas estão:
- Reposição de reservas: Garantindo sustentabilidade na produção de óleo e gás.
- Produção com menor pegada de carbono: Reduzindo as emissões e ampliando a eficiência energética.
- Produtos sustentáveis: Expansão da oferta de produtos de maior qualidade e menor impacto ambiental.
A produção futura deverá crescer de 4,3 exajoules (EJ) em 2022 para 6,8 EJ em 2050, mantendo a representatividade de 31% da oferta primária de energia do Brasil.
Vantagens competitivas e transição energética
A Petrobras destaca sua capacidade de produzir petróleo com baixo custo e uma das menores intensidades de carbono do mundo, o que a posiciona como uma líder natural na transição energética justa. Essa vantagem é essencial para equilibrar a exploração responsável de óleo e gás com os desafios climáticos globais.
Além disso, a companhia reforça seu compromisso com:
- Segurança energética: Garantindo oferta estável para o mercado interno e externo.
- Inovação tecnológica: Aplicando tecnologias de ponta para redução de emissões e maior eficiência nas operações.
Impactos no mercado financeiro
O anúncio do pagamento de dividendos extraordinários consolida a Petrobras como uma das principais empresas do mercado brasileiro em termos de retorno aos acionistas. A política de remuneração atrai investidores, especialmente em um contexto de estabilidade financeira e perspectivas de crescimento sustentável.
No longo prazo, o Plano Estratégico 2050 e o PN 2025-29 devem impulsionar a confiança no papel da Petrobras como líder do setor energético, alinhada às demandas ambientais e sociais do século XXI.