A Petrobras, gigante estatal brasileira do setor de energia, está direcionando sua atenção para ativos rentáveis, mesmo em meio a conversas sobre novas direções de investimento, como energias renováveis. De acordo com Joelson Falcão Mendes, diretor de E&P (Exploração e Produção) da Petrobras, a empresa mantém um olhar focado na rentabilidade de seus ativos, mantendo sua forma operacional característica.
A gente sempre vai olhar para a rentabilidade dos ativos com a nossa forma de operar”, afirmou Mendes a jornalistas durante um painel na 24ª Conferência Anual Santander.
Apesar do fim da política de desinvestimento da estatal, que está em discussão pelo governo atual, Mendes ressalta que ainda existe espaço para a venda de ativos para as chamadas “junior oils” — empresas independentes e de menor porte do setor petrolífero.
A gente não está de portas fechadas de forma nenhuma”, assegurou Mendes, explicando que a gestão ativa do portfólio é uma prática contínua na indústria do petróleo. “Isso faz parte do ciclo da indústria do petróleo. Chega um determinado momento em que ou você desinveste ou leva até o final e se responsabiliza.”
Nos últimos anos, a Petrobras vinha seguindo um plano estratégico de desinvestimento, incluindo a venda de refinarias, campos de exploração e produção, entre outros ativos. No entanto, em março deste ano, o governo solicitou a suspensão temporária da venda desses ativos, trazendo à tona debates sobre a política energética nacional.
Segundo Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, a gestão anterior adotou uma política de desinvestimentos que fazia parte de um plano de privatização da Petrobras, assim como ocorreu com a Eletrobras.
O cenário, no entanto, está prestes a mudar. O novo Plano Estratégico da Petrobras para os próximos quatro anos, esperado para o final de 2023, deverá refletir uma abordagem diferente em relação ao desinvestimento e à transição energética. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, adiantou que o novo plano estratégico prevê um aporte similar ao atual, com um olhar voltado para a diversificação de investimentos, mantendo a lucratividade.
Temos que continuar sendo uma empresa altamente lucrativa porque temos bons ativos, bom pessoal e conhecimento técnico do Brasil. Isso nos dá essa alavancagem para continuar sendo extremamente lucrativa e boa para os investidores, boa parceira”, afirmou Prates.
Apesar das mudanças e desafios, a Petrobras permanece uma peça central na economia e na indústria do Brasil, buscando um equilíbrio entre rentabilidade, inovação e sustentabilidade.