Os mercados de petróleo registraram um aumento superior a 1% nas cotações, seguindo o movimento do dia anterior, em meio à crescente preocupação com os potenciais impactos dos ataques do grupo Houthi, do Iêmen, a navios-tanque no Mar Vermelho. Investidores estão atentos à possibilidade de danos à oferta global da commodity, o que continua a impulsionar os preços.
Na sessão de hoje, o barril do petróleo WTI, referência americana com entrega prevista para fevereiro, apresentou um ganho de 1,54%, alcançando US$ 73,94. Paralelamente, o barril do Brent, referência global para março, avançou 1,61%, atingindo a marca de US$ 79,37.
Apesar da formação de uma força-tarefa envolvendo diversas nações desenvolvidas para garantir a segurança das rotas de entrega no Mar Vermelho, os analistas do mercado continuam a expressar apreensões quanto à possibilidade de os ataques comprometerem a oferta global de petróleo.
Caroline Bain, economista-chefe de commodities da Capital Economics, destaca que este é o terceiro evento em 2023 a impactar negativamente o transporte marítimo de commodities, sucedendo o nível baixo das águas do Canal do Panamá e o colapso do acordo de grãos do Mar Negro. Bain alerta que os ataques no Mar Vermelho podem ter consequências mais significativas.
Apesar disso, a especialista acredita que os preços do petróleo não devem apresentar uma alta consistente. O Canal de Suez, para onde se dirigem os navios-tanque que atravessam o Mar Vermelho, representa apenas 4% do petróleo bruto comercializado mundialmente, 9% do comércio de produtos petrolíferos e 8% das exportações globais de gás natural liquefeito (GNL), conforme ressalta.
Bain observa que há rotas alternativas, especialmente contornando o Cabo da Boa Esperança, mas destaca que essas rotas são pelo menos dez dias mais longas, o que “aumenta significativamente o custo”. Dessa forma, a economista argumenta que os ataques no Mar Vermelho podem resultar no aumento do custo do frete e nos preços de bens intermediários, intensificando as pressões inflacionárias.