A indústria brasileira atravessa um momento crucial em sua trajetória, demandando uma estratégia clara de desenvolvimento. Os dados recentes da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trazem uma notícia animadora: a produção atingiu o nível mais alto em quase uma década. No entanto, essa recuperação ainda é delicada diante dos impactos prolongados da pandemia, ressaltando a necessidade inquestionável de uma política industrial robusta e eficaz.
O Brasil tem muito a aprender com o sucesso notável de países como China, Coreia do Sul e Taiwan em fortalecer suas próprias indústrias. É necessário repensar a abordagem brasileira, deixando para trás políticas industriais baseadas apenas em subsídios e benefícios fiscais, que se mostraram infrutíferas.
Uma nova estratégia deve estar ancorada nas vantagens comparativas, sejam elas naturais ou criadas, e deve incluir investimentos em educação, pesquisa e proteção industrial. É essencial modernizar o parque industrial brasileiro, facilitando a importação de equipamentos modernos para aumentar a eficiência e a competitividade do setor.
A abertura gradual da economia, aliada a políticas públicas que incentivem o investimento privado em educação e infraestrutura, é fundamental. No entanto, essa transição deve ser cuidadosamente planejada, identificando e apoiando os setores geradores de renda.
Para que essa visão se torne realidade, é necessário um compromisso firme com um plano de longo prazo. O Estado deve liderar a desestatização de setores não essenciais e implementar ajustes fiscais para garantir o investimento privado. Somente assim o Brasil poderá construir uma indústria forte, dinâmica e pronta para competir no cenário global.
A pergunta que fica é: o Brasil está verdadeiramente comprometido em seguir esse caminho? A resposta a essa pergunta moldará não apenas o futuro da indústria, mas também o destino econômico do país nos anos vindouros.