Primeiro-ministro da China, defensor da globalização, está confiante em atingir a meta do PIB
O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, adotou um tom confiante no desempenho econômico do país e criticou o conceito de risco econômico do Ocidente em um discurso de abertura em uma reunião conhecida como Summer Davos, nesta terça-feira.
Li Qiang, primeiro-ministro da China — Foto: Ng Han Guan/AP
O premiê disse que o crescimento do produto interno bruto (PIB) da China no segundo trimestre provavelmente ultrapassará o dos primeiros três meses do ano, acrescentando que a segunda maior economia do mundo continua no caminho certo para atingir sua meta de crescimento anual de cerca de 5%.
“A China tem espaço e potencial para mais desenvolvimento”, disse ele.
Várias instituições globais nos últimos dias reduziram suas previsões para a expansão econômica da China em 2023, citando dados recentes decepcionantes que apontam para uma perspectiva de crescimento sombria.
A agência S&P reduziu sua previsão para a expansão do PIB da China neste ano de 5,5% para 5,2%. O principal risco de crescimento negativo da China é que sua recuperação perde ímpeto com a confiança fraca entre os consumidores e no mercado imobiliário”, disse a empresa de classificação de risco de crédito.
O premiê da China reiterou que o país está aberto para negócios e dá as boas-vindas ao mundo. Ele também pediu mais entendimento mútuo e cooperação entre os países para enfrentar os desafios globais em meio aos crescentes conflitos regionais.
Li disse aos líderes empresariais globais que algumas pessoas no Ocidente estavam exaltando o que foi chamado de “reduzir dependências e reduzir riscos”.
“Esses dois conceitos são proposições falsas”, disse ele, acrescentando que os governos não deveriam politizar suas economias e deveriam deixar as empresas tomarem suas próprias decisões.
Os comentários de terça-feira do primeiro-ministro vieram logo após suas viagens à Alemanha e à França na semana passada. Pequim busca obter apoio do bloco europeu num momento em que os Estados Unidos e seus aliados procuram reduzir a dependência da cadeia de suprimentos da China.
A liderança da China tem se esforçado para atrair empresas globais para investir no país, já que sua recuperação econômica patina devido à queda do investimento estrangeiro direto nos últimos meses.
O Conselho de Estado, o gabinete da China liderado por Li, prometeu no início deste mês lançar mais políticas de estímulo ao crescimento.