O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, expressou confiança na estabilidade da inflação no Brasil em um evento realizado pela Associação Brasileira de Câmbio (Abracam) em São Paulo. Ele destacou que a dinâmica da inflação já “bateu no pico” e está se comportando de maneira “benigna” no país, enfatizando a queda nos preços de alimentos e bebidas nas últimas semanas.
Campos Neto observou que o Brasil teve sucesso em controlar o surto inflacionário que afetou o mundo e que a inflação no país está abaixo da média atualmente. Essa é uma notícia positiva para os consumidores e a economia em geral.
No entanto, economistas do mercado financeiro elevaram suas projeções para a inflação no próximo ano, que é usada para determinar as taxas de juros. Segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, as expectativas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024 aumentaram de 3,86% para 3,87%. O chefe da autoridade monetária, no entanto, atribuiu a volatilidade recente mais a fatores globais do que a questões locais.
Campos Neto também observou que as expectativas de inflação para os anos de 2023, 2024 e 2025 estão “mais ou menos” dentro da banda da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ele elogiou a decisão do governo de manter a meta de inflação estável, explicando que aumentar essa meta levaria a uma mudança nas expectativas do mercado, o que não é desejável.
A meta de inflação para 2023 é de 3,25%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2024, 2025 e 2026, a meta é de 3%.
Além disso, o presidente do Banco Central reforçou a importância de o governo cumprir as metas fiscais estabelecidas no projeto do novo marco fiscal, que substituirá o teto de gastos. Isso inclui o objetivo de zerar o déficit primário até 2024. Ele ressaltou que é crucial persistir nesse caminho e também destacou a necessidade de medidas complementares para aumentar a arrecadação, possivelmente por meio de reformas adicionais no sistema fiscal.
A declaração de Campos Neto demonstra a preocupação do Banco Central com a estabilidade econômica do país, especialmente no que diz respeito à inflação e às finanças públicas. A expectativa é que o Brasil continue a trabalhar para manter essas áreas sob controle e fortalecer sua posição nos mercados financeiros globais.