Nesta terça-feira, 24 de setembro de 2024, o mercado financeiro brasileiro apresentou fortes reações a estímulos econômicos anunciados pela China. Após dois dias consecutivos de alta, o dólar à vista fechou o dia em queda expressiva, de mais de 1%, voltando a ser cotado abaixo de R$ 5,50. O Ibovespa, por sua vez, subiu mais de 1%, impulsionado pelo desempenho de papéis ligados a commodities, como os da mineradora Vale, uma das principais beneficiárias da nova política econômica chinesa.
Dólar recua com pacote econômico da China
A queda do dólar nesta terça-feira está diretamente ligada ao anúncio de um pacote robusto de estímulos econômicos pela China, o maior desde o início da pandemia de Covid-19. A segunda maior economia do mundo busca reativar o crescimento após meses de desaceleração. A medida inclui incentivos para setores-chave da economia chinesa, como infraestrutura, energia e tecnologia, e tem como objetivo sustentar a demanda por matérias-primas no cenário global.
Essas políticas impactam diretamente a economia brasileira, uma vez que o Brasil é um grande exportador de commodities como minério de ferro e petróleo, produtos essenciais para a China. Como resultado, a valorização desses produtos no mercado internacional favorece o Brasil, o que, por sua vez, reflete na desvalorização do dólar frente ao real.
Ao final do dia, o dólar à vista registrou queda de 1,33%, cotado a R$ 5,4895, acumulando uma retração de 3,10% no mês de setembro. Já na B3, o contrato futuro de dólar com vencimento mais próximo recuou 1,45%, sendo negociado a R$ 5,4635.
Commodities impulsionam alta do Ibovespa
Enquanto o dólar caía, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa, registrou uma alta de 1,21%, fechando o dia em 132.142,24 pontos. O avanço foi sustentado, principalmente, pelas ações da Vale, que se beneficiaram diretamente da alta no preço do minério de ferro, um reflexo imediato dos estímulos chineses.
O pacote econômico da China reacendeu o otimismo em relação à demanda global por commodities, o que também impulsionou o petróleo, outro recurso vital para a pauta de exportações do Brasil. Empresas brasileiras ligadas à produção e exportação de commodities, como a Petrobras, também se beneficiaram com essa alta, contribuindo para o desempenho positivo do Ibovespa.
Impacto no cenário global
As medidas econômicas da China estão sendo vistas como um esforço para reequilibrar sua economia e estimular setores que enfrentam dificuldades desde a pandemia. A desaceleração do crescimento econômico chinês vinha preocupando o mercado global, especialmente países emergentes como o Brasil, que dependem das exportações para o país asiático.
Com o pacote de estímulos, espera-se que a demanda por commodities volte a crescer, beneficiando diretamente economias como a brasileira. O setor de mineração, por exemplo, tem na China um de seus principais compradores. O fortalecimento da demanda por minério de ferro e outros metais pode gerar um efeito cascata, beneficiando não apenas as grandes corporações, mas também uma cadeia de pequenas e médias empresas ligadas à indústria extrativa e logística.
Além disso, o petróleo, cujo preço também foi impactado positivamente pelo anúncio chinês, é outro pilar de sustentação das exportações brasileiras. A valorização do barril no mercado internacional favorece diretamente a Petrobras, elevando as expectativas para os próximos trimestres.
Perspectivas para o mercado brasileiro
Com o cenário econômico chinês ganhando força, a expectativa é que o mercado financeiro brasileiro mantenha um movimento de recuperação, especialmente no que diz respeito à moeda nacional. A tendência de queda do dólar frente ao real pode continuar, desde que os estímulos chineses consigam manter a demanda por commodities aquecida.
A recuperação da economia global, impulsionada pela retomada chinesa, também abre novas oportunidades para o mercado de capitais brasileiro. Empresas ligadas à exportação de recursos naturais podem continuar a atrair investidores, o que deve se refletir em novos ganhos para o Ibovespa nas próximas semanas.
No entanto, é importante que o investidor fique atento às variações do mercado internacional, uma vez que a economia global segue enfrentando desafios como a inflação e o aumento das taxas de juros em grandes economias, como os Estados Unidos e a União Europeia. Esses fatores podem limitar o impacto positivo das medidas chinesas, criando um ambiente de volatilidade para o mercado financeiro.
A queda do dólar e a alta do Ibovespa nesta terça-feira são reflexos diretos do impacto das medidas de estímulo econômico anunciadas pela China. O fortalecimento da demanda por commodities, essencial para a economia brasileira, impulsionou as ações de empresas como a Vale e Petrobras, ao mesmo tempo em que desvalorizou o dólar frente ao real. O mercado segue otimista com a retomada chinesa, mas ainda há incertezas no cenário global que podem influenciar a trajetória do mercado nos próximos meses.