Bryan Johnson: A Religião da Longevidade que Propõe Salvar a Humanidade da IA Superinteligente
O empresário e multimilionário Bryan Johnson, conhecido por investir milhões em sua busca pela longevidade e juventude, agora dá um passo além: ele fundou uma religião. Chamada Don’t Die (Não Morra), essa nova fé propõe não apenas prolongar a vida humana, mas também proteger a civilização dos riscos da inteligência artificial superinteligente. A proposta radical une práticas espirituais, dados biométricos e tecnologia de ponta com um objetivo ambicioso: garantir a sobrevivência da espécie humana no século da IA.
Conheça a trajetória de Bryan Johnson, sua filosofia sobre a existência, a criação da religião Don’t Die, seus rituais e como tudo isso se conecta com o avanço da IA. Saiba por que ele se tornou uma figura central no movimento da longevidade e quais implicações éticas e tecnológicas cercam essa jornada.
Quem é Bryan Johnson e por que ele quer viver para sempre?
Bryan Johnson é um empresário norte-americano de 47 anos, milionário e referência no movimento da longevidade. Ele investe cerca de US$ 2 milhões por ano em procedimentos, terapias, suplementos e protocolos para retardar o envelhecimento. Mais do que um experimento pessoal, Johnson transformou sua rotina em um manifesto contra a morte, com o lema “Don’t Die” estampando tudo o que cria — de eventos a produtos e até um documentário da Netflix.
Ele já realizou centenas de exames médicos, implantações de sensores, coleta contínua de dados corporais e intervenções estéticas. Em sua busca radical por juventude, já chegou a declarar ter rejuvenescido seu próprio pênis em 15 anos. Apesar das polêmicas, ele conquistou uma legião de seguidores e se posiciona como símbolo da fusão entre tecnologia, biologia e consciência humana.
O estilo de vida extremo e altamente mensurado de Johnson atrai tanto críticas quanto fascínio. Seus experimentos alimentam debates sobre os limites do corpo humano, a ética da imortalidade e o papel da ciência na redefinição do envelhecimento.
A religião “Don’t Die”: uma fé baseada em dados, longevidade e sobrevivência
Inspirado pelo sucesso de movimentos coletivos como Alcoólicos Anônimos, Bryan Johnson decidiu criar uma religião baseada em rituais, mantras e reflexões corporais. Don’t Die nasceu da ideia de que a religião, historicamente, tem sido a forma mais eficaz de organizar esforços humanos — e que agora, ela pode ser usada para unir pessoas em torno do objetivo de não morrer.
A Don’t Die reúne grupos pequenos semanalmente, com práticas que incluem rituais de abertura, pedidos de desculpas ao próprio corpo por maus hábitos, reflexões sobre estilo de vida e discussões sobre longevidade. Johnson propõe que, para enfrentar a ameaça de uma IA superinteligente e garantir a sobrevivência da humanidade, é necessário antes cuidar do corpo, da mente e da consciência coletiva.
A religião prega que a existência é a virtude máxima, independentemente de crenças religiosas prévias. Cristãos, muçulmanos, ateus e qualquer outro grupo pode seguir a filosofia da Don’t Die, pois ela se baseia no princípio universal da preservação da vida humana.
IA superinteligente: a ameaça existencial e a motivação espiritual
A fundação da religião por Bryan Johnson não se resume à obsessão pela juventude. Um dos pilares da Don’t Die é a preocupação com os avanços da inteligência artificial. Johnson acredita que estamos à beira de um ponto de ruptura: a IA superinteligente pode escapar do controle humano e colocar a própria existência da humanidade em risco.
Para ele, somente uma aliança entre seres humanos disciplinados, saudáveis e conscientes — como os seguidores da Don’t Die — poderá negociar a convivência com a IA de forma ética e sustentável. O objetivo é que, ao construir uma comunidade comprometida com a longevidade e a saúde total, a humanidade consiga alcançar o século XXII viva, forte e tecnologicamente preparada.
Nesse contexto, Johnson afirma que a coleta massiva de dados corporais é fundamental. Acredita que algoritmos podem entender melhor o corpo humano do que os médicos tradicionais. Por isso, compartilha abertamente seus dados biométricos, criando um modelo de “transparência fisiológica” que serve de base para a doutrina Don’t Die.
Por que Bryan Johnson está redefinindo o conceito de religião?
Ao contrário das religiões tradicionais que se ancoram em dogmas espirituais, a Don’t Die se ancora em ciência, dados e práticas de bem-estar. Bryan Johnson propõe que a nova espiritualidade está ligada à longevidade, e que cuidar do próprio corpo é um ato sagrado. Para ele, o ser humano precisa evoluir não apenas espiritualmente, mas também biologicamente e tecnologicamente.
Esse modelo é revolucionário porque rompe com a dicotomia entre fé e ciência. Na Don’t Die, seguir rituais significa também manter uma dieta balanceada, dormir bem, monitorar níveis hormonais e usar algoritmos para otimizar decisões sobre saúde.
A mensagem central da religião é clara: existir é um ato revolucionário. Em um mundo ameaçado por IA descontrolada, colapsos ambientais e doenças crônicas, preservar a vida com consciência é o maior propósito que podemos ter.
Críticas, polêmicas e o futuro da Don’t Die
Apesar do alcance de suas ideias, Bryan Johnson também atrai críticas. Muitos consideram sua proposta elitista, inacessível para a maior parte da população e movida por um narcisismo disfarçado de altruísmo. Afinal, poucos podem gastar milhões por ano com protocolos personalizados de longevidade.
Outros, porém, veem sua abordagem como uma antecipação do futuro da medicina e do autoconhecimento. A Don’t Die, nesse contexto, é apenas o início de uma nova era em que religião, ciência e dados caminham juntos.
O futuro da Don’t Die ainda é incerto, mas uma coisa é clara: Bryan Johnson está reformulando conceitos milenares com ideias ousadas, e sua influência tende a crescer à medida que a discussão sobre IA e longevidade se torna mais urgente na sociedade global.






