Durante o evento “Digitalização da Economia: agenda de inovação do Banco Central do Brasil”, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, expressou uma abordagem pragmática em relação às criptomoedas, destacando a importância de se aproximar e entender esse setor em crescimento. Campos Neto afirmou que, ao contrário de algumas instituições financeiras, o Banco Central do Brasil reconhece a necessidade de incorporar as criptomoedas no cenário financeiro, em vez de excluí-las.
“O que o Banco Central (do Brasil) talvez seja um pouco diferente de alguns outros bancos é que entendemos que expelir o mundo de criptomoedas e de stablecoins do mundo financeiro talvez não seja a melhor coisa a fazer”, destacou o presidente do Banco Central.
Campos Neto enfatizou o papel proativo do Banco Central no desenvolvimento do setor Web3 no Brasil, mencionando o projeto do Real Digital, também conhecido como Drex. Ele ressaltou que a criação da Central Bank Digital Currency (CBDC) brasileira é uma maneira de trazer as criptomoedas para mais perto, permitindo uma melhor regulação e compreensão.
“Quanto mais perto estiver, mais você vai conseguir regular, entender, e menos surpresas você vai ter”, afirmou Campos Neto.
Regulação pelo Banco Central
Em junho deste ano, o Banco Central foi designado como o órgão regulador do mercado de criptomoedas no Brasil, conforme estabelecido pelo Decreto 11.563. O Banco Central tem o poder de regular a prestação de serviços com criptomoedas, autorizar participantes do mercado e supervisionar o funcionamento do setor.
Apesar de ainda não ter estabelecido um conjunto específico de regras, o Banco Central expressou sua prontidão para assumir esse papel regulatório. Campos Neto reconheceu que os Bancos Centrais globalmente estão em uma fase de aprendizagem em relação às criptomoedas e que há um longo caminho regulatório a percorrer.
“Acho que temos um trabalho amplo para ser feito. Esse PL é um marco inicial, falamos de como regular as corretoras. Temos ainda um caminho bastante longo para percorrer em termos de regulação de criptomoedas”, afirmou o presidente do Banco Central.
A postura de Campos Neto destaca a abertura do Brasil para a inovação no setor de criptomoedas, buscando um equilíbrio entre regulamentação e desenvolvimento tecnológico.