O banco Santander divulgou sua nova carteira recomendada de dividendos para o mês de outubro, colocando o Itaú Unibanco (ITUB4) em destaque. A instituição elevou o preço-alvo das ações do Itaú de R$ 38 para R$ 44, classificando-o como sua “top pick” (melhor escolha) no setor bancário. Essa mudança reflete o otimismo dos analistas em relação à retomada do crescimento do banco, impulsionado pela estabilização da inadimplência e um novo ciclo de crédito.
Estabilidade na Concessão de Empréstimos
Os analistas do Santander projetam que o Itaú aumentará a concessão de empréstimos em segmentos específicos nos próximos meses. Essa previsão é baseada na estabilização da inadimplência, especialmente após o quarto trimestre de 2023, o que proporciona uma base sólida para o crescimento da carteira de crédito do banco em 2024. Segundo o relatório, esse aumento de concessões superaria as estimativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para o próximo ano.
O relatório do Santander prevê um crescimento significativo no NII (Net Interest Income, ou Margem Financeira Líquida) do Itaú, que deve alcançar dois dígitos, impulsionado pelo aumento dos spreads (diferença entre as taxas de captação e empréstimo). O aumento da receita também seria influenciado pelo novo ciclo de crédito, que geralmente resulta em um incremento nas comissões bancárias.
Desempenho Financeiro do Itaú
Com base nos resultados do primeiro semestre de 2024 e no guidance (orientação) do banco para o ano, que prevê um lucro líquido de R$ 40 bilhões no ponto médio, o Santander afirma que o Itaú está em uma posição operacional mais favorável do que seus concorrentes privados. Esse crescimento representa uma alta de 12% em relação ao ano anterior.
Entre os principais direcionadores do bom desempenho do Itaú, o Santander destaca:
- Estratégias digitais: A inovação digital tem sido um dos principais focos do Itaú, que continua investindo em tecnologia para otimizar seus processos e melhorar a experiência dos clientes.
- Decisões tributárias e de taxas de juros: Discussões em andamento no Congresso podem resultar em decisões favoráveis ao setor bancário, beneficiando o Itaú diretamente.
- Aceleração no crescimento do crédito: Com a estabilização da inadimplência e a recuperação da economia, o banco deve ver uma retomada mais rápida do que o esperado no crescimento de suas operações de crédito.
Riscos Potenciais para as Ações do Itaú
Embora o cenário seja positivo, o relatório do Santander também aponta riscos que podem impactar as ações ITUB4. Entre eles, destacam-se:
- Desaceleração econômica: O alto nível de alavancagem das famílias brasileiras pode prejudicar o crescimento do sistema de crédito. Se o endividamento das famílias continuar a aumentar, isso poderá limitar a capacidade do Itaú de expandir seus volumes de crédito.
- Aumento da inadimplência: Caso o cenário econômico se deteriore, a inadimplência poderá superar as expectativas dos analistas, afetando negativamente os resultados do banco.
- Concorrência das fintechs: O impacto das fintechs sobre as tarifas bancárias é um risco conhecido, mas o Santander também alerta para o potencial impacto na concessão de empréstimos, caso as fintechs ampliem sua participação nesse segmento.
Outros Ativos da Carteira de Dividendos do Santander
Além do Itaú, a carteira de dividendos do Santander para outubro conta com outros nomes importantes do mercado brasileiro. Entre eles estão:
- Vale (VALE3): Uma das maiores mineradoras do mundo, a Vale se destaca pelo pagamento consistente de dividendos, impulsionado pelos lucros robustos obtidos com a exportação de minério de ferro.
- Banco do Brasil (BBAS3): O Banco do Brasil, instituição financeira de controle estatal, também faz parte da carteira devido à sua forte geração de caixa e ao foco em dividendos atrativos.
- Copel (CPLE6): A Companhia Paranaense de Energia, que atua no setor de energia elétrica, é outro destaque, com boas projeções de retorno para os investidores.
- Cury (CURY3): Incorporadora do setor de construção civil, a Cury figura entre as ações recomendadas por seu bom desempenho no mercado imobiliário.
- Eletrobras (ELET6): A maior empresa de geração e transmissão de energia elétrica da América Latina, a Eletrobras também está na lista, beneficiando-se de sua recente privatização.
- Petrobras (PETR3): A gigante do petróleo e gás, Petrobras, é conhecida por distribuir dividendos generosos, aproveitando os lucros gerados pela alta dos preços do petróleo.
- Santos Brasil (STBP3): A empresa que opera portos no Brasil é uma das ações recomendadas pelo Santander, especialmente em um cenário de retomada do comércio exterior.
- Telefônica (VIVT3): A operadora de telecomunicações Telefônica se destaca por sua forte geração de caixa e por ser um dos maiores pagadores de dividendos no Brasil.
- Vibra Energia (VBBR3): A antiga BR Distribuidora, Vibra Energia, é outro ativo recomendado, com boas perspectivas de retorno para os investidores de dividendos.
Perspectivas para os Investidores
A carteira de dividendos do Santander para outubro é composta por empresas que combinam geração de caixa sólida, boas práticas de governança corporativa e uma visão de longo prazo. A inclusão de grandes nomes como Itaú, Vale e Petrobras reforça a estratégia de focar em ações que podem proporcionar tanto crescimento quanto retorno em dividendos.
Para os investidores que buscam opções seguras e rentáveis, as recomendações do Santander oferecem uma diversificação interessante, com exposição aos setores bancário, de energia, mineração, telecomunicações e infraestrutura. A escolha do Itaú como a “top pick” reflete o potencial de valorização do papel, especialmente com a expectativa de um novo ciclo de crescimento no crédito e na margem financeira.
O Itaú Unibanco se destaca como a principal escolha do Santander em sua carteira de dividendos para outubro de 2024, com projeções otimistas de crescimento na concessão de crédito e aumento da margem financeira. Embora existam riscos associados ao cenário econômico e à concorrência com fintechs, o banco está em uma posição operacional forte, com estratégias digitais robustas e decisões favoráveis em projetos tributários e de juros. A carteira também conta com grandes nomes como Vale, Petrobras e Banco do Brasil, proporcionando uma diversificação atrativa para investidores de longo prazo.