Fim do Ciclo de Alta: Selic Deve Ficar em 14,75% Até 2026 e Risco de Estagflação Preocupa
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se prepara para manter a taxa Selic em 14,75% na próxima reunião, marcando o fim do ciclo de alta iniciado em resposta à inflação persistente. A decisão, conforme aponta o UBS BB, demonstra uma estratégia de manutenção dos juros elevados até pelo menos 2026, mesmo com a pressão inflacionária desacelerando em relação aos picos anteriores.
Contexto da Selic em 2025
A taxa básica de juros da economia brasileira, conhecida como Selic, está em um patamar historicamente elevado de 14,75% ao ano. Este nível foi adotado como resposta à escalada inflacionária que ameaçava a estabilidade econômica. De acordo com especialistas, este movimento marca o fim do ciclo de alta iniciado anteriormente, mas não sinaliza, por ora, um início de queda nos juros.
O termo “vigilância”, utilizado pelo Copom no comunicado anterior, indica que não haverá alteração na Selic. Historicamente, sempre que essa expressão foi usada, a taxa foi mantida na reunião seguinte.
Projeções para a Selic até 2026
Segundo as previsões do UBS BB, a Selic deve começar a cair apenas em abril de 2026. Abaixo, a projeção para os próximos anos:
| Ano | Selic (%) | Variação Prevista |
|---|---|---|
| 2025 | 14,75 | Estável |
| Abril/2026 | 14,25 | -0,50 p.p |
| Junho/2026 | 13,75 | -0,50 p.p |
| Dezembro/2026 | 11,75 | -0,50 p.p por reunião |
| Longo Prazo | 9,00 | Meta de equilíbrio |
Inflação Persistente e Acima da Meta
Mesmo com a Selic elevada, a inflação continua acima da meta de 3% ao ano definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). As estimativas indicam inflação de 5% em 2025 e 4% em 2026. Esse cenário obriga o Banco Central a manter os juros altos por mais tempo.
Estagflação: O Maior Risco
O termo estagflação refere-se à combinação de estagnação econômica com inflação elevada. Esse fenômeno é extremamente desafiador para a política monetária, pois medidas para conter a inflação (como juros altos) costumam frear ainda mais o crescimento econômico.
Entre os impactos da estagflação estão:
- Crescimento fraco: Menor geração de empregos e investimentos
- Inflação alta: Redução do poder de compra
- Limita cortes de juros: Qualquer redução prematura pode reacender a inflação
Efeitos da Selic Alta na Vida dos Brasileiros
A manutenção da Selic em 14,75% tem efeitos diretos sobre o dia a dia dos cidadãos:
- Crédito mais caro: Empréstimos e financiamentos com taxas elevadas
- Consumo desaquecido: Redução na demanda de bens e serviços
- Menos investimentos: Empresas adiam projetos
- Dívida pública pressionada: Juros altos aumentam os gastos do governo
Pressão sobre a Dívida Pública
Com uma Selic em 14,75%, o Tesouro Nacional é forçado a alocar mais recursos para o pagamento de juros da dívida pública. Isso compromete a capacidade do Estado de investir em áreas prioritárias como saúde, educação e infraestrutura.
O Desafio do Banco Central
A missão do Banco Central é manter o controle da inflação sem comprometer o crescimento. Contudo, o atual nível da Selic revela um cenário onde o controle inflacionário tem sido priorizado em detrimento de uma retomada econômica robusta. A escolha por juros altos visa ancorar as expectativas inflacionárias e evitar que a inflação se dissemine de forma estrutural.
O Que Esperar da Economia Brasileira
O cenário previsto até 2026 inclui:
- Selic mantida em 14,75% até abril de 2026
- Inflação persistente, mesmo com a economia desaquecida
- Risco elevado de estagflação
- Retomada lenta do crescimento, com riscos fiscais elevados
Recomendações Para Agentes Econômicos
Diante da Selic elevada e da inflação resistente, é essencial que investidores, empresas e consumidores ajustem suas estratégias:
- Investidores: Prefiram ativos indexados à inflação ou de renda fixa
- Empresários: Adiem projetos de expansão com alto risco
- Famílias: Reavalie gastos e evite endividamento com juros altos
A Selic em 14,75% reflete o compromisso do Banco Central em combater a inflação, mas também impõe desafios significativos ao crescimento econômico. A previsão de manutenção desse patamar até 2026 reforça a necessidade de cautela nos próximos trimestres. O risco de estagflação deve permanecer no radar de todos os agentes econômicos.






