Nesta segunda-feira (27), o Supremo Tribunal Federal (STF) encontra-se em sessão para deliberar sobre um crucial pedido do Executivo. A Advocacia-Geral da União (AGU) está buscando a autorização para a abertura de um crédito extraordinário, visando o pagamento antecipado de precatórios até 2027, e a revogação do teto dos precatórios, estabelecido durante o governo de Jair Bolsonaro em 2021.
O montante em questão é expressivo, totalizando R$ 95 bilhões, que a AGU propõe quitar ainda em 2023. Esta ação representa uma tentativa de evitar o acúmulo de dívidas judiciais em um nível insustentável para o futuro. Vale ressaltar que a regra que impôs um teto para o pagamento de precatórios foi implementada como uma estratégia para atender às metas fiscais do governo, mesmo que de maneira artificial.
Até o momento, o relator do caso, Ministro Luiz Fux, juntamente com os Ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e a Ministra Carmen Lúcia, votaram a favor da autorização para a abertura do crédito. Contudo, o Ministro André Mendonça pediu mais tempo para análise, suspendendo temporariamente o julgamento. A sessão, programada para durar 24 horas, está prevista para encerrar até as 23h59 desta segunda-feira, aguardando os votos de sete ministros.
Entendendo o Debate
A AGU fundamenta seu pedido na revogação da regra imposta durante o governo Bolsonaro, que estabelecia um limite nos pagamentos de precatórios. Precatórios representam dívidas que o governo Federal, estadual ou municipal possui com pessoas e empresas, cujo pagamento foi determinado por uma decisão judicial definitiva.
Com a regra implementada durante o governo Bolsonaro, o governo teria um teto nos pagamentos, impossibilitando quitar dívidas com empresas ou pessoas, mesmo quando determinado por decisão judicial. A AGU também solicita que o pagamento do valor acumulado nos últimos anos seja realizado por meio de crédito extraordinário, excluindo esses valores das despesas fixadas pelo governo e mantendo-se dentro dos limites fiscais estabelecidos.
O desfecho desse julgamento terá implicações significativas na gestão das finanças públicas e nas obrigações judiciais do governo, sendo aguardado com atenção pela sociedade e setores econômicos.