O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu um despacho esclarecedor sobre as comunicações entre advogados de investigados em operações da Polícia Federal (PF), destacando que não há proibição ou limite para tais interações. Esse pronunciamento veio em resposta a questionamentos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em relação a uma decisão anterior sobre a Operação Tempus Veritatis, que inicialmente proibia os investigados de se comunicarem, incluindo por meio de advogados.
A Operação Tempus Veritatis, realizada na semana passada, teve como alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus principais aliados, tanto civis quanto militares, sob suspeita de estarem envolvidos em uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022.
Moraes esclareceu que não houve proibição de comunicação entre advogados ou restrição ao exercício da advocacia, enfatizando a importância dessa atividade para o devido processo legal e a ampla defesa. Ele ressaltou que a medida de proibir a comunicação entre os investigados foi tomada devido à constatação de que eles estavam coordenando ações que demandavam alinhamento prévio de narrativas.
No entanto, o ministro frisou que não houve vedação de comunicação entre advogados e clientes, nem entre diferentes advogados dos investigados, evitando assim qualquer violação das prerrogativas da advocacia. Ele afirmou que a investigação policial está respaldada por informações robustas, indicando a atuação de um grupo criminoso buscando promover uma ruptura institucional.
Em nota, o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, elogiou a sensibilidade de Moraes e do STF em relação às prerrogativas da advocacia, considerando a decisão do ministro como emblemática para esclarecer que não há limitações às comunicações entre advogados e seus clientes, conforme previsto na lei e nas prerrogativas profissionais.
Esse posicionamento do STF oferece clareza sobre o papel dos advogados e reafirma a importância do respeito às garantias legais durante processos investigativos, garantindo assim a efetiva defesa dos investigados. A nota da OAB destaca que tal esclarecimento é essencial para evitar interpretações equivocadas e garantir o pleno exercício da advocacia dentro dos parâmetros legais estabelecidos.