O submarino que a Marinha do Brasil vai construir será equipado com o primeiro reator atômico projetado no país.
Esse reator deve começar a funcionar em 2027. O casco da embarcação, por sua vez, será construído depois da entrega do submarino convencional Angustura, em 2025.
A Marinha negocia os valores para assinar o contrato de construção do veículo nuclear. Trata-se da terceira fase do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, o Prosub, que definirá a quantia a ser paga para a finalização da obra.
Conforme o jornal O Estado de S. Paulo, a Força Naval do Brasil também pretende vender submarinos convencionais do programa para países da América do Sul.
A quantia investida na construção do submarino nuclear
Desde o início do projeto, o Prosub já consumiu R$ 40 bilhões — em valores revisados. Destes, R$ 4 bilhões devem ser pagos pelo governo até a entrega, em 2025.
Esses valores correspondem ao último dos quatro submarinos convencionais da classe Scorpène, produzidos em parceria com a França.
Marinha do Brasil tem mais planos
Com a construção do submarino nuclear, o próximo desafio do Prosub será manter a estrutura construída em Itaguaí e sua mão de obra.
O Ministério da Defesa e a Marinha tentam convencer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já visitou Itaguaí, e procura apoio no Congresso para a manutenção do espaço.
A Marinha também avalia a possibilidade de vendas de embarcações nucleares para países do entorno do Brasil. O Naval Group, grupo industrial francês especializado em construções de defesa naval, já demonstrou interesse.
Recentemente, uma delegação da Argentina foi recebida por oficiais navais para conversar sobre eventuais negócios.
A Marina também considera a hipótese de desenvolver projetos de novos navios-patrulha. Eles devem incluir a fabricação de um radar nacional, feito em parceria com a Universidade de São Paulo (USP).
Esse trabalho, em parceria com a USP, prevê a construção de um canhão laser para suas embarcações e um veículo de superfície autônomo — uma espécie de embarcação remotamente pilotada, a exemplo das utilizadas pela Marinha da Ucrânia contra a frota russa do Mar Negro.