O tráfico humano é uma das atividades ilegais mais lucrativas do mundo, classificando-se em terceiro lugar, perdendo apenas para o tráfico de drogas e armas. De acordo com a ONU, o tráfico de pessoas movimenta anualmente impressionantes 32 bilhões de dólares em todo o mundo.
O Brasil está entre os países onde essa atividade ilegal é uma triste realidade. Os traficantes de pessoas recorrem a diversos métodos para atrair suas vítimas, com destaque para o uso das redes sociais, onde muitas vezes se passam por empresários, pessoas apaixonadas e até crianças. Fazem promessas tentadoras, como empregos bem remunerados, casamento e relacionamentos amorosos, levando muitas pessoas a serem iludidas e posteriormente raptadas por esses criminosos.
Com o aumento dos conflitos pelo mundo, refugiados e migrantes que fogem de perseguição, violência ou buscam uma vida melhor estão expostos ao risco de tráfico de pessoas não apenas em seus países de origem, mas também durante a jornada e em seus destinos. Infelizmente, traficantes oferecem ajuda e refúgio a essas pessoas vulneráveis, que acabam caindo nas mãos desses indivíduos cruéis.
Mulheres e meninas são afetadas de maneira desproporcional, representando mais de 70% de todas as vítimas detectadas no mundo. Elas são frequentemente vítimas de tráfico para exploração sexual e casamentos forçados, enquanto homens e rapazes compõem a maioria das vítimas de tráfico para trabalho forçado.
Volker Turk, alto comissário de Direitos Humanos da ONU, em uma conferência sobre o tema em Viena, Áustria, destacou que o tráfico humano é um dos crimes mais “antigos e hediondos” e que continua a prosperar no século 21. Turk também lamentou que as crianças representem um terço de todas as vítimas detectadas, sublinhando a gravidade do problema.
A Organização Mundial para as Migrações (OIM) lançou uma campanha de conscientização na Ucrânia, intitulada “Olhe de Novo”, com o objetivo de prevenir o tráfico de pessoas. Em 2022, cerca de 85% da população do país foi impactada pela guerra, tornando-se mais propensa ao tráfico e vulnerável a outras formas de exploração. A campanha educa as pessoas a serem cautelosas ao depararem com ofertas atraentes de emprego ou moradia que possam torná-las vítimas do tráfico humano e fornece exemplos de esquemas frequentemente utilizados pelos recrutadores.
No Brasil, o governo Federal disponibiliza canais para denúncias de tráfico de pessoas, garantindo sigilo aos denunciantes. O Disque Denúncia Nacional é um serviço de discagem direta e gratuita em todo o país, conhecido como Disque Direitos Humanos (Disque 100).
A luta contra o tráfico humano é um desafio global que exige esforços conjuntos para proteger aqueles que são mais vulneráveis e garantir que essa prática hedionda seja erradicada em todo o mundo. Fonte: ONU News.