Um estudo recente realizado pelo Instituto Pólis revelou um aumento alarmante nos casos de violência contra pessoas LGBTQIA+ na cidade de São Paulo. Os dados, ainda não divulgados integralmente, apontam um crescimento de 970% nos casos registrados nos serviços de saúde da capital entre 2015 e 2023. Essa escalada da violência é ainda mais expressiva quando analisados os boletins de ocorrência da Polícia Civil, que apresentaram um aumento de 1.424% no mesmo período, totalizando 3.868 vítimas.
Os episódios de violência incluem agressões físicas, sexuais e psicológicas, e os serviços de saúde mais afetados estão localizados em regiões periféricas da cidade, como Itaim Paulista, Cidade Tiradentes e Grajaú. Por outro lado, os registros da Polícia Civil indicam uma concentração de ocorrências na região central de São Paulo, especialmente nos bairros da República, Bela Vista e Consolação.
O estudo aponta que homens, jovens e negros são os principais alvos da violência motivada por LGBTfobia na cidade. Cerca de 69% das vítimas têm até 29 anos de idade, e embora os negros representem apenas 43,5% da população da capital, correspondem a 55% dos casos de violência LGBTQIA+. Além disso, 79% das pessoas que relatam agressões por parte da polícia são negras.
Rodrigo Iacovini, diretor-executivo do Instituto Pólis, destaca a importância de políticas públicas que garantam o direito à cidade para a população LGBTQIA+. Ele ressalta que o estudo fornece insights valiosos para o aprimoramento dessas políticas, como a melhoria da segurança pública na região central de São Paulo e o atendimento adequado às mulheres lésbicas, bissexuais e trans que enfrentam violência doméstica.