Na quinta-feira (16/05), a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou a edição de maio do Boletim Macrofiscal, trazendo a atualização da grade de parâmetros macroeconômicos. As novas projeções indicam um aumento na estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024, elevando de 2,2% para 2,5%. Para o ano seguinte, 2025, a projeção permanece estável em 2,8%.
A revisão para cima na estimativa do PIB é impulsionada pela absorção doméstica, que inclui consumo e investimento, além do setor externo. Segundo a SPE, o crescimento robusto das vendas no varejo, dos serviços prestados às famílias e o aumento na geração líquida de postos de trabalho contribuíram para esse cenário otimista. Além disso, há sinais de recuperação do investimento, evidenciados pela expansão de indicadores de atividade na construção civil e pelo crescimento das importações de bens de capital.
Em relação à inflação, as projeções também foram revisadas para cima. A SPE estima uma variação de 3,7% para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024, dentro do intervalo da meta estabelecida para o ano, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a estimativa é de alta de 3,5%, enquanto para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) permanece em 3,5%.
Durante a apresentação dos dados em Brasília, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, destacou que as estimativas não consideram os impactos das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde abril. Ele alertou que a magnitude desses impactos depende de diversos fatores, como a ocorrência de novos eventos climáticos e o efeito de programas de auxílio fiscal e de crédito nas áreas afetadas.
Em relação ao cenário externo, a SPE aponta para um ambiente mais adverso nos últimos meses, com aumento da inflação nos Estados Unidos e acirramento das tensões geopolíticas no Oriente Médio. Na China, apesar do crescimento acima do esperado no primeiro trimestre, dados de atividade indicam uma desaceleração moderada, o que pode levar o governo a adotar novas medidas de estímulo.
Diante desses cenários, a SPE ressalta que há espaço para novas reduções dos juros básicos da economia, visando impulsionar ainda mais a retomada sustentada dos níveis de atividade, sem comprometer o controle da inflação.