O mercado publicitário está testemunhando um crescimento exponencial no setor de marketing de influência, com previsão de movimentar US$ 21,1 bilhões neste ano, de acordo com dados da Influencer Marketing Hub. Esse crescimento substancial é atribuído ao poder significativo que os influenciadores detêm para se comunicar diretamente com diversos públicos, abrangendo desde nichos específicos até audiências mais amplas. Essa capacidade de promoção de marcas, produtos e serviços atravessa uma gama variada de setores econômicos.
O Brasil emerge como um destaque nesse cenário, liderando o ranking de países com o maior número de influenciadores no Instagram. Com um total de 10,5 milhões de perfis contando com pelo menos 1 mil seguidores, dentre os quais 500 mil alcançam mais de 10 mil pessoas, os números destacam a influência significativa do país na arena do marketing de influência.
No entanto, mesmo nesse cenário de expansão, surge a pergunta sobre como identificar perfis adequados para se tornarem canais de comunicação entre marcas e consumidores. As agências de marketing de influência avaliam cuidadosamente uma série de características ao buscar talentos nesse mercado, incluindo tamanho da base de seguidores, conteúdo abordado, engajamento e nicho de atuação. A autenticidade e a capacidade de se reinventar também são atributos cruciais, já que os influenciadores precisam se adaptar às mudanças e manter uma conexão genuína com seu público.
A Play9, por exemplo, gerencia mais de 80 perfis, abrangendo tanto figuras públicas quanto criadores digitais nativos, somando mais de 650 milhões de seguidores e cerca de 7 bilhões de visualizações mensais nas principais redes sociais. De acordo com o CEO e sócio-fundador da empresa, João Pedro Paes Leme, a análise de influenciadores deve considerar o tamanho da base, autoridade e geografia, que formam os pilares iniciais dessa avaliação.
No processo de formação desses influenciadores, aspectos humanos desempenham um papel crucial. Empresas como a Major Agency, a Midiatic.com e a Mynd, fornecem suporte abrangente, ajudando a desenvolver talentos desde o início de suas carreiras. As agências oferecem treinamentos, orientações e brainstormings, contribuindo para a evolução profissional contínua dos influenciadores.
No entanto, com o crescimento acelerado desse mercado, a seleção de influenciadores se torna mais complexa e exige um olhar estratégico. Plataformas como a Squid, que utiliza tecnologia para conectar marcas a influenciadores, analisam mais de 70 métricas individuais para selecionar os candidatos mais adequados para as campanhas. A empresa também investe em iniciativas de apoio à profissionalização dos influenciadores, como a comunidade #VidaDeInfluencer.
Enquanto as marcas buscam cada vez mais engajamento e conexões específicas, agências como a Black Influence estão emergindo para atender a essa demanda. Focando em influenciadores negros e promovendo vozes que buscam mudanças positivas, essas empresas estão trazendo à tona discussões importantes e representatividade em um cenário dominado por tendências. A Digital Favela, por sua vez, se destaca por conectar influenciadores em comunidades marginalizadas com marcas, ampliando a voz de um público muitas vezes negligenciado.
Em um mercado em constante evolução, a seleção de influenciadores é cada vez mais respaldada por tecnologia avançada e análises meticulosas. Além disso, o suporte humano e a capacidade de se adaptar às mudanças nas plataformas digitais são fundamentais para impulsionar a carreira dos influenciadores e garantir que eles continuem a desempenhar um papel vital na paisagem do marketing e da comunicação.