A socialite de 88 anos, Regina Gonçalves, regressou ao seu luxuoso apartamento no Edifício Chopin, em Copacabana, nesta sexta-feira, após um período conturbado marcado por um conflito familiar que veio à tona recentemente. Em sua primeira entrevista desde que o embate familiar se tornou público, Regina negou veementemente que o motorista José Marcos Chaves Ribeiro seja seu marido, refutando a decisão judicial que o nomeou como seu tutor legal na véspera. Além disso, ela alega que Ribeiro teria cometido agressões físicas e emocionais contra ela, além de supostamente roubar dinheiro de sua poupança e joias preciosas de seus cofres.
A declaração de Regina ocorreu em meio a um cenário tenso envolvendo familiares e advogados. Seu retorno ao apartamento foi acompanhado pela presença da cunhada e do sobrinho Carlos Queiroz, que detinha a curatela provisória da socialite até a decisão da desembargadora na quinta-feira. A defesa de José Marcos Chaves Ribeiro anunciou que discutirá os próximos passos em relação ao caso.
De acordo com informações divulgadas pelo blog Segredos do Crime, um laudo pericial judicial alega que Regina Gonçalves poderia ser “suscetível à manipulação e à implementação de falsas memórias”. Esse documento, anexado ao processo em andamento, revela uma complexidade adicional ao caso.
Em relatos anteriores, Ribeiro havia afirmado que percebeu sinais de demência em Regina no ano passado, alegando que ela havia desenvolvido rapidamente sintomas compatíveis com Alzheimer. Esses relatos levaram à interdição da socialite no início deste ano. No entanto, a família de Regina contesta essa versão dos acontecimentos, acusando Ribeiro de mantê-la em cárcere privado e de ter agido de maneira abusiva e violenta.
A decisão judicial proferida na quinta-feira evidenciou um impasse: enquanto a desembargadora Valéria Dacheux, da 6ª Câmara de Direito Privado, manteve a tutela provisória de Regina com Ribeiro, a juíza substituta Claudia Leonor Jourdan Gomes Bobsin determinou que a socialite retornasse ao Edifício Chopin com seu sobrinho como curador. A desembargadora destacou ainda a necessidade de acompanhamento da saúde e bem-estar de Regina, assim como a importância da transparência nesse processo.
A batalha judicial entre a família de Regina e seu companheiro perdura desde 2016, mas apenas neste ano alcançou novos patamares de acirramento. A complexidade do caso e as decisões judiciais antagônicas ressaltam a necessidade de uma resolução que garanta a segurança e o bem-estar da socialite em seus últimos anos de vida.
Regina Gonçalves é conhecida no Edifício Chopin como “dona Regina”, uma figura marcante cuja fortuna e propriedades estão agora no centro de uma disputa que transcende o âmbito familiar e legal, reverberando nas esferas social e judiciária da cidade do Rio de Janeiro.