Atividade Econômica no Brasil Registra Crescimento em Outubro
A economia brasileira apresentou um crescimento de 0,1% em outubro, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que funciona como um indicador antecipado do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar de modesto, o avanço marca o terceiro mês consecutivo de alta, superando a expectativa de queda de 0,2% projetada por especialistas. No entanto, o resultado também reflete uma desaceleração em relação ao crescimento de 0,9% registrado em setembro.
Setores em Destaque: Serviços e Varejo em Alta
Em outubro, o setor de serviços e o varejo foram os principais responsáveis pelo desempenho positivo da economia. As vendas no comércio varejista cresceram 0,4% em relação ao mês anterior, enquanto o volume de serviços teve um aumento significativo de 1,1%, superando as expectativas do mercado.
Já a produção industrial, que representa um importante termômetro da economia, registrou queda de 0,2%, frustrando analistas. O recuo é um reflexo de desafios estruturais enfrentados pelo setor, como altos custos operacionais e demanda oscilante.
Comparação Anual e Tendências de Longo Prazo
Na comparação com outubro de 2023, o IBC-Br apresentou um avanço robusto de 7,3%, refletindo a recuperação econômica em curso. No acumulado de 12 meses, o índice teve crescimento de 3,4%, um indicador de que a economia brasileira segue em trajetória positiva, embora em ritmo moderado.
Para 2024, as projeções do Banco Central apontam para uma expansão de 3,39% do PIB, com uma desaceleração esperada para 2,0% em 2025. A desaceleração é atribuída, em grande parte, às políticas monetárias mais restritivas implementadas para conter a inflação.
Política Monetária e a Taxa Selic
O Banco Central acelerou o ritmo de aperto monetário em dezembro, elevando a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano. A decisão surpreendeu o mercado ao prever mais duas altas de mesma magnitude nos próximos meses.
O aumento dos juros reflete a preocupação com o controle da inflação, especialmente em um cenário de economia ainda aquecida. Embora o crescimento econômico seja um ponto positivo, ele também aumenta a pressão inflacionária, exigindo medidas mais agressivas por parte das autoridades monetárias.
Desempenho no Terceiro Trimestre
No terceiro trimestre de 2024, o PIB cresceu 0,9%, sinalizando uma economia resiliente, mesmo diante de uma política monetária mais restritiva. Este crescimento, embora inferior ao registrado em trimestres anteriores, ainda demonstra a capacidade do país de sustentar uma recuperação gradual.
Especialistas preveem que o quarto trimestre será marcado por um enfraquecimento da economia, mas com possibilidade de ganhos moderados. O aumento nos juros e os impactos defasados das políticas monetárias devem restringir o consumo e os investimentos, mas sem interromper a recuperação em curso.
IBC-Br: Indicador Antecipado do PIB
O IBC-Br é construído com base em proxies de produção agropecuária, industrial e de serviços, além de dados de impostos sobre a produção. Este indicador é amplamente utilizado pelo mercado como uma prévia do desempenho do PIB, ajudando a antecipar tendências econômicas.
Embora o resultado de outubro tenha frustrado as expectativas de retração, a desaceleração no crescimento mensal reflete os desafios enfrentados pela economia brasileira, incluindo altos custos de crédito, demanda interna oscilante e incertezas globais.
Perspectivas Econômicas para 2025
Com uma política monetária apertada e a desaceleração do crescimento global, as expectativas para 2025 são de uma expansão econômica mais contida. Ainda assim, o Brasil continua apresentando sinais de resiliência, especialmente em setores como serviços e varejo, que devem seguir como motores do crescimento no curto prazo.
O desempenho da economia brasileira em outubro revela um cenário misto: enquanto alguns setores se destacam positivamente, outros enfrentam desafios significativos. A alta de 0,1% no IBC-Br reforça a importância de políticas equilibradas para sustentar o crescimento econômico sem comprometer o controle da inflação. Com perspectivas moderadas para os próximos meses, a economia brasileira entra em 2025 buscando consolidar os avanços e superar os obstáculos.