Tesla e Apple, duas das principais empresas dos Estados Unidos, estão acelerando sua entrada na Índia como um centro de produção alternativo à China.
O premiê indiano, Narendra Modi — Foto: Jacquelyn Martin/AP
O executivo-chefe (CEO) da Tesla, Elon Musk, se reuniu com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, em Nova York na terça-feira. A fabricante de veículos elétricos está conversando com Nova Déli para abrir uma fábrica na Índia, expandindo uma rede de produção que abrange os Estados Unidos, China, Alemanha e México.
Estou confiante de que a Tesla estará na Índia e o fará o mais rápido possível”, disse Musk posteriormente.
Na quinta-feira, a Micron Technology disse que investirá US$ 825 milhões para construir uma instalação de teste e montagem de semicondutores no estado indiano de Gujarat. Espera-se que o projeto receba apoio de Nova Déli e Gujarat.
A Amazon Web Services, unidade de nuvem da Amazon.com, disse em maio que investirá 1,06 trilhão de rúpias (US$ 12,9 bilhões) na Índia até 2030, inclusive para construir novos data centers. Isso representa um grande aumento em relação aos 309 bilhões de rúpias investidos entre 2016 e 2022.
Esses movimentos ocorrem em momento de tensões elevadas entre os Estados Unidos e a China. Desde 2018, Washington impôs restrições ao comércio com Pequim e trabalhou para dissociar as cadeias de suprimentos americanas da China em áreas que afetam a segurança econômica. Isso tornou mais difícil para as empresas americanas comprar e vender produtos e serviços chineses, aumentando o risco de fazer negócios na China.
A importância da Índia para as empresas americanas cresceu nesse meio tempo. Os Estados Unidos responderam por 22% do investimento estrangeiro direto na Índia em 2020. Foi o segundo maior investidor na Índia no ano passado, depois de Cingapura, e pode responder por uma fatia ainda maior ao incluir investimentos indiretos, como os feitos por meio das Ilhas Cayman. .
O apelo da Índia decorre em grande parte do tamanho de seu mercado doméstico. O país supostamente ultrapassou a China como o mais populoso do mundo este ano. Seu produto interno bruto (PIB) per capita deve chegar a US$ 2.600 este ano e chegar a US$ 3 mil em 2025, projeta o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os gastos do consumidor estão na marca de US$ 3 mil e subindo. Na China, esse valor foi ultrapassado em 2008, ano da Olimpíada de Pequim. Espera-se que o poder de compra na Índia continue aumentando além de suas maiores cidades.
A Apple abriu suas primeiras lojas na Índia em abril e quer transferir mais produção da China para lá com a ajuda de fornecedores como a Foxconn. A Apple pretende produzir cerca de 25% de seus produtos na Índia, acima dos 5% a 7% atualmente.
Empresas europeias e japonesas também estão aumentando os investimentos na Índia devido aos riscos relacionados à China. Em abril, a Suzuki Motor disse por meio de uma subsidiária que expandirá a capacidade anual na Índia em 1 milhão de veículos, dos atuais 2,25 milhões.
Em 2014, Modi estabeleceu uma meta de expandir a manufatura para 25% do PIB da Índia. O recente aumento de investimentos estrangeiros pode ajudar o país a atingir essa meta.
“Uma nova ordem mundial está se formando e temos que aproveitar a oportunidade”, disse Modi em um evento da indústria de semicondutores em 2022.