Parlamentares da União Europeia (UE) deram luz verde hoje a uma medida destinada a reduzir o desperdício e a produção de lixo associada a embalagens. A proposta visa estabelecer limites para a quantidade de resíduos gerados por embalagens na UE, impactando potencialmente empresas e podendo resultar na proibição de itens de uso único, como produtos de higiene pessoal de hotéis, adesivos plásticos de frutas e pequenos sachês de açúcar em cafés.
O atual descarte de embalagens na União Europeia atinge a marca de 80 milhões de toneladas anualmente, tornando a gestão desses resíduos uma questão crítica para a sustentabilidade ambiental.
O projeto enfrentou intensa pressão de lobby, sendo considerado o mais disputado na história legislativa do bloco, conforme relatos do “Financial Times” (FT). Países como a Finlândia, onde estão sediadas grandes empresas de embalagens de papel, e a Itália, com um sistema de reciclagem altamente integrado, posicionaram-se contra as metas estabelecidas para recipientes reutilizáveis.
Mesmo nações com compromissos ambientais robustos, como a Dinamarca, estão buscando isenções específicas. A Dinamarca, por exemplo, procura exceções para a indústria cervejeira. Outro exemplo é a França, que pleiteia isenções para embalagens de produtos de luxo, como perfumes.
Desde seu anúncio em novembro de 2022, a proposta original da Comissão Europeia já passou por mais de 500 alterações pelos membros do Parlamento Europeu, refletindo as diversas perspectivas e interesses envolvidos. O projeto agora avança para a próxima fase do processo legislativo, mantendo o foco na necessidade de equilibrar os objetivos ambientais com as preocupações e demandas da indústria e de diferentes setores econômicos.