O diretor de Wealth Management & Services do Itaú Unibanco, Carlos Constantini, expressou sua confiança em um cenário mais favorável para o mercado em 2024, especialmente no que diz respeito à indústria de fundos. Em suas palavras, “a saída de fluxo que vimos este ano não deve se repetir”, sinalizando um possível retorno da confiança dos investidores.
Dados fornecidos pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) revelam que as aplicações financeiras enfrentaram desafios em 2023, perdendo significativos R$ 63,4 bilhões entre janeiro e novembro. A classe de multimercados, particularmente afetada pelos resgates, registrou uma perda expressiva de R$ 99,1 bilhões no mesmo período.
Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (15), Constantini destacou a atipicidade do ano e expressou otimismo com o desempenho mais positivo no encerramento do ano. Ele ressaltou que alguns fundos estão se destacando no final do ano, o que contribui para a perspectiva otimista.
O diretor também compartilhou insights sobre as tendências futuras na área de Wealth Management & Services do Itaú Unibanco, que atualmente gerencia R$ 2,2 trilhões em Ativos Sob Custódia (AuC) e abrange a jornada completa do cliente, desde a gestão e originação de ativos até serviços de investimento, conteúdo educacional e soluções de investimento.
Constantini afirmou que a era de simplesmente vender produtos de investimento está chegando ao fim. Ele enfatizou a transição para oferecer soluções integradas de investimento, onde os clientes não estão apenas adquirindo um CDB ou um fundo, mas uma carteira completa de investimentos.
Um dos principais impulsionadores dessa mudança, segundo Constantini, é o avanço da inteligência artificial (IA) aplicada aos investimentos. Ele expressou entusiasmo com as possibilidades que a IA oferece, destacando a capacidade das instituições de criar carteiras customizadas para os clientes.
De acordo com o diretor, a inteligência artificial terá três grandes impactos no mundo dos investimentos: a geração de “alpha” dentro das gestoras de ativos, a compreensão das empresas beneficiadas ou prejudicadas pela IA para a tomada de decisões dos investidores e a melhoria da experiência do cliente e da jornada de distribuição de forma personalizada.
Sobre as recentes normas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), como a CVM 175 e 179, que exigem transparência nas remunerações de todos os agentes do mercado em cada produto financeiro oferecido, Constantini enfatizou que a transparência é bem-vinda e necessária. Apesar das divergências no mercado, ele defendeu que revelar as comissões, mesmo que cause estranhamento inicial, fortalece a confiança do cliente e elimina conflitos de interesse.
Ao concluir, Constantini destacou que, no mundo financeiro em constante evolução, a busca por soluções inovadoras, especialmente aquelas impulsionadas pela inteligência artificial, é essencial para melhorar a experiência do cliente, tornando-os os grandes beneficiários dessas transformações.