As bolsas europeias fecharam em alta modesta nesta terça-feira (27). Com os temores acerca da instabilidade política na Rússia superados, os mercados voltaram o foco aos sinais da economia global e da política monetária em países desenvolvidos. Hoje, os destaques foram os comentários “hawkish” (favoráveis ao aperto monetário) da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e indicadores que sugeriram força da economia dos Estados Unidos.
O índice Stoxx 600 fechou em alta de 0,05%, a 452,90 pontos. Em Frankfurt, o DAX subiu 0,21%, a 15.846,86 pontos, o índice londrino FTSE 100 teve ganho de 0,11%, a 7.461,46 pontos, e o parisiense CAC 40 avançou 0,43%, a 7.215,58 pontos.
Com o movimento de hoje, as bolsas europeias encerraram uma sequência negativa que durou seis pregões.
Em Londres, o destaque positivo ficou com o Ocado Group, cuja ação saltou 5,31%. A companhia segue sua recuperação, iniciada na semana passada após rumores de que a Amazon está interessada em adquiri-la. No acumulado de 2023, os papéis do Ocado Group desvalorizaram 35,39%.
Na seara monetária, os investidores devem esperar por mais altas de juros do BCE este ano, segundo reiterou hoje a presidente da instituição, Christine Lagarde. Os comentários da dirigente foram feitos durante o fórum anual do BCE organizado em Sintra, Portugal.
Para Claus Vistesen, economista-chefe para Europa da Pantheon Macroeconomics, Lagarde repetiu a mensagem da última reunião monetária do BCE, confirmando a expectativa por aumento de juros no mês que vem. No entanto, ela também evitou definir qual será o movimento na reunião seguinte, em setembro, de acordo com o analista.
“A julgar pelo tom do discurso de hoje de forma geral, mantemos nossa visão de que o BCE aumentará os juros em 25 pontos-base em setembro. Achamos que esta será a última alta neste ciclo, mas os riscos estão voltados para novas altas no quarto trimestre”, alerta Vistesen.
Apesar dos comentários “hawkish” de Lagarde, as bolsas europeias ganharam fôlego com o pregão positivo em Wall Street, impulsionado por dados fortes da economia dos EUA. Entre eles, as encomendas de bens duráveis subiram 1,7% em maio e, em junho, a confiança do consumidor saltou ao maior nível desde janeiro do ano passado.
Prédio da Euronext em Paris, a bolsa da capital francesa e casa do índice CAC 40 — Foto: Divulgação