Bradesco e Neoenergia emitem R$ 1 bilhão em debêntures verdes do Eco Invest
Bradesco e Neoenergia realizaram a primeira emissão de debêntures verdes no âmbito do programa federal Eco Invest, em uma operação de R$ 1 bilhão voltada ao financiamento de projetos de modernização da infraestrutura elétrica e de transição energética no Brasil. A operação marca a estreia prática do programa e inaugura uma nova fase de integração entre políticas públicas e mercado de capitais.
A captação foi dividida entre as distribuidoras Neoenergia Coelba, que atua na Bahia, e Neoenergia Elektro, com operações em São Paulo e Mato Grosso do Sul. Os recursos serão destinados a investimentos em redes inteligentes, renovação de subestações, linhas de transmissão e distribuição, além do aterramento de redes em áreas vulneráveis a eventos climáticos extremos.
A emissão tem prazo de 10 anos, com pagamento de juros semestrais, e foi estruturada pelo Bradesco BBI, que atuou como coordenador exclusivo e assessor ESG da operação. O banco apoiou a Neoenergia no enquadramento dos projetos aos critérios ambientais exigidos pelo Eco Invest, que prevê a destinação dos recursos apenas a iniciativas com benefícios ambientais mensuráveis.
Entre os objetivos dos investimentos estão o aumento da confiabilidade do sistema elétrico, a redução de perdas técnicas, a mitigação de riscos climáticos e a diminuição das emissões de GEE (Gases de Efeito Estufa). A modernização da infraestrutura também busca preparar a rede para a integração de novas fontes renováveis e para o crescimento da demanda por energia.
O Eco Invest foi criado para estimular a mobilização de capital privado em projetos sustentáveis, oferecendo maior segurança regulatória e padronização dos critérios ambientais. A operação envolvendo Bradesco e Neoenergia é considerada um teste relevante para a escalabilidade do programa e para sua capacidade de atrair investidores institucionais interessados em ativos alinhados à agenda ESG.
A Neoenergia vem ampliando seus investimentos em digitalização e resiliência da rede elétrica, com foco na adaptação às mudanças climáticas e na melhoria da qualidade do serviço. Já o Bradesco reforça sua atuação no mercado de finanças sustentáveis, ampliando a participação em operações estruturadas com foco ambiental.
A expectativa do setor é que a emissão sirva de referência para novas operações semelhantes, envolvendo empresas de energia, saneamento e infraestrutura. A consolidação do Eco Invest pode ampliar o volume de recursos destinados à transição energética nos próximos anos, fortalecendo o papel do mercado de capitais no financiamento de projetos sustentáveis no país.






