A Agência Internacional de Energia (IEA), sediada em Paris, prevê que o aumento da produção de petróleo pelo Brasil desempenhará um papel crucial no equilíbrio da oferta global de petróleo em 2024. A IEA indica que essa expansão ajudará a minimizar os efeitos dos cortes na produção anunciados por países como Rússia, Arábia Saudita e outros membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), que visam manter os preços elevados. Essas informações foram destacadas no relatório mensal da IEA.
A previsão anterior da agência para a oferta mundial de petróleo em 2024 era de 1,2 milhão de barris diários, mas essa estimativa foi revisada para 1,5 milhão de barris diários, representando um aumento de 300 mil barris. Esse aumento projetado se deve principalmente ao incremento da produção de petróleo proveniente do Brasil, Estados Unidos e Guiana. No mês de julho, os três países experimentaram um aumento combinado de 15% nas exportações da commodity em comparação com o ano anterior, conforme relatado pela agência.
Em contraste, a IEA também antecipa uma demanda mais moderada por petróleo no próximo ano, o que, por sua vez, pode limitar o aumento dos preços do petróleo. De acordo com as estimativas da agência, a demanda global por petróleo deve aumentar em 1 milhão de barris por dia em 2024, aproximadamente metade do crescimento observado em 2023 e 150 mil barris por dia a menos em comparação com a previsão anterior do mês passado.
As novas projeções reduzem o esperado déficit de oferta para 2024 para 200 mil barris diários, em comparação com o déficit de 700 mil barris registrados neste ano. Essa mudança na perspectiva deve proporcionar um alívio significativo para economias que ainda enfrentam os impactos prolongados da inflação, além de impedir a repetição dos preços altamente elevados do petróleo que seguiram a eclosão do conflito na Ucrânia.
Apesar desses ajustes, a IEA prevê que os preços do petróleo ainda subirão este ano, uma vez que os cortes de produção implementados pelos membros da Opep+ devem reduzir os estoques mundiais. A agência estima que os estoques globais de petróleo devem diminuir em 2,2 milhões de barris por dia durante o terceiro trimestre deste ano e em 1,2 milhão de barris por dia no quarto trimestre, caso os atuais cortes de produção sejam mantidos.