Em um momento em que cada vez mais empresas de diferentes setores estão “embutindo” serviços financeiros nos seus negócios (“embedded finance”), 41% dos bancos afirmam que possuem o modelo de “banking as a service” (BaaS) como oferta de negócio. O grupo é composto principalmente por bancos privados e de maior porte, de acordo com a última edição do Anuário Brasileiro de Bancos, feito pela Cantarino Brasileiro.
De acordo com o documento, ao mesmo tempo que se firma como um modelo eficiente para promover boas experiências aos clientes da indústria não financeira, suprindo suas demandas mais individuais, o “embedded finance” se mostra como uma oportunidade para os bancos manterem sua relevância e sobreviverem no mercado.
“Ao investir nesse caminho, eles estão reforçando seu posicionamento como plataforma”, diz, no anuário, Carlos Netto, fundador e CEO da Matera, companhia de tecnologia com foco em soluções e produtos financeiros.
Na visão de especialistas, para que usufruam dos benefícios do modelo, o mercado precisa mudar de paradigma e adotar uma postura de cooperação. No cenário de BaaS, o banco não sofre ameaças, avalia Antônio Soares, CEO da Dock, empresa de tecnologia para meios de pagamentos e banking.
“Ele não vai ‘morrer’. Muito pelo contrário, porque o produto que a gente vai acabar consumindo vai ser dele. A captação, no caso, é que será do fornecedor”, diz Soares.
A pesquisa foi realizada de março a maio de 2023 e contou com a participação de 17 instituições classificadas pelo Banco Central como B1 (individual do tipo banco comercial, múltiplo com carteira comercial ou caixas econômicas e conglomerado composto de pelo menos uma instituição do tipo citado).
Entre as principais áreas de investimento para os próximos anos, bancos destacaram cibersegurança; experiência dos clientes nos canais digitais; open banking (APIs); nuvem; e dados, analytics e inteligência artificial. “O metaverso, que surgiu como tendência no ano passado, perdeu força e foi considerado de baixa prioridade para a maioria”, diz o documento.
Já as principais tendências citadas para os próximos dois anos, são: personalização (para facilitar e reduzir a fricção na jornada do cliente); uso de big data, inteligência artificial e open banking; expansão de produtos e moedas digitais; ampliação das modalidades de pagamento, ESG (sigla para ambiental, social e governança, em português) e implementações na nuvem.