As empresas pretendem contratar mais no terceiro trimestre do ano, segundo levantamento que acaba de ser divulgado pelo ManpowerGroup, multinacional da área de soluções de força de trabalho.
Dos 1.020 empregadores ouvidos no Brasil, quase metade (47%) afirma ter intenção de admitir, enquanto a expectativa líquida de emprego – taxa calculada subtraindo-se o número de companhias que planejam reduções pela quantidade de empresas que pretendem recrutar – é de 33%, um aumento de 12 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior (21%).
Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo são os estados com as maiores intenções de recrutamento de candidatos, com 40%, 33% e 31%, respectivamente. Entre os setores com maior demanda aparecem: energia e serviços de utilidade pública (50%), comunicação (44%), tecnologia da informação (41%), assistência médica e ciências da vida (35%). O estudo foi feito entre os dias 3 e 28 de abril.
Segundo levantamento feito pelo ManPower Group, setor de TI é o que mais deve contratar no terceiro trimestre de 2023 — Foto: Unsplash
“Após as incertezas de todo início de ano, ainda mais com mudanças de governo, a pesquisa mostra que as companhias conseguiram ampliar contratações”, analisa Nilson Pereira, country manager do ManpowerGroup Brasil.
De acordo com o trabalho, que também investiga o porte das corporações que desejam incrementar a folha, a maior expectativa de admissão, com 37%, se concentra entre os grandes grupos, a partir de 250 funcionários; antes das médias empresas, de até 249 empregados, com 32%.
Outro dado do relatório que merece atenção, segundo Pereira, é a maior chance de emprego no setor de TI. “Ainda com as demissões em massa em grandes empresas do segmento, o indicador de intenção de contratações na área permanece entre as três maiores, no Brasil [com 41%]”, diz.
Porém, ao lado dos planos de contratação, surge um alto índice de escassez de currículos, destaca. “No Brasil, 78% das organizações apontam dificuldades em encontrar os talentos de TI que precisam para os seus negócios”, afirma. “A disputa por candidatos ‘tech’ seguirá acirrada.”
Apesar dos dados positivos do estudo em relação à intenção de abertura de vagas, Pereira sugere mais atenção e planejamento para as chefias de RH. “O cenário aponta que será cada vez mais desafiador encontrar e atrair profissionais com as competências comportamentais mais desejadas, como rápida resolução de problemas, resiliência e adaptabilidade, além de capacidade de decisão e iniciativa”, detalha.
Diante desse gargalo, continua, as diretorias precisarão observar as necessidades dos times. “[É preciso] oferecer flexibilidade, investir em treinamento, impulsionar a diversidade e gerar ambientes que proporcionem engajamento e propósito”, afirma.
Na análise global do estudo, empregadores de outros países também esperam selecionar mais currículos no terceiro trimestre de 2023. A média global da expectativa líquida de emprego é de 28%, um crescimento de 5% em relação ao primeiro trimestre. Foram ouvidos 39 mil empregadores, dos setores público e privado, em 41 mercados.
A disposição de contratar é mais forte na Costa Rica (43%), Países Baixos (39%) e Peru (38%). Já o cenário mais retraído aparece na Argentina (6%), Eslováquia (10%) e Itália (11%).
Mesmo com as demissões nas big techs, o setor de TI é o que mostra as expectativas mais otimistas de emprego no mundo, com 39%, antes de energia e serviços de utilidade pública (34%), finanças e imóveis (31%).