Dólar recua e traders analisam força do suporte técnico em meio a alívio global
O dólar recua no início desta semana, acompanhando o movimento global de alívio após a divulgação de dados econômicos mistos da China e a retomada das negociações comerciais entre Pequim e Washington. O otimismo renovado no mercado internacional impulsionou moedas emergentes e reduziu a aversão ao risco, refletindo diretamente na trajetória do câmbio brasileiro.
O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 4,8% no terceiro trimestre, superando parcialmente as expectativas e fortalecendo o sentimento de que o país asiático pode sustentar um ritmo de recuperação gradual. Ao mesmo tempo, a produção industrial chinesa apresentou avanço acima das projeções, contribuindo para o bom humor nos mercados globais e a valorização de ativos de risco.
No Brasil, os contratos de minidólar (WDOX25) — com vencimento em novembro — encerraram a última sessão (20/10) com queda de 0,65%, cotados a 5.389,5 pontos, conforme dados da B3. O movimento ocorre em linha com o comportamento das principais moedas emergentes frente ao dólar, que se desvaloriza também ante o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.
Traders acompanham suporte técnico e dados do Boletim Focus
Os investidores seguem atentos à força do suporte atual do dólar, concentrado na faixa dos 5.380 pontos, considerada um divisor técnico relevante. O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central manteve a projeção de R$ 5,45 para o final de 2025, refletindo a expectativa de estabilidade cambial a médio prazo, mesmo diante de incertezas fiscais e do cenário externo volátil.
De acordo com analistas, a movimentação técnica do dólar futuro segue pautada por uma tendência de curto prazo negativa, embora sem sinais claros de reversão. A ausência de fluxo comprador consistente mantém o ativo pressionado e reforça a importância de acompanhar o comportamento da moeda nas próximas sessões.
Análise técnica do minidólar: ênfase no gráfico de 15 minutos
A leitura do gráfico de 15 minutos mostra que o minidólar permanece em um movimento de correção, negociando abaixo das médias móveis de 9 e 21 períodos, o que confirma o predomínio dos vendedores. A recuperação de fôlego dependerá de uma entrada mais significativa de volume comprador capaz de romper a resistência entre 5.398,5 e 5.430 pontos.
Se esse rompimento se concretizar, a moeda americana pode buscar níveis superiores entre 5.435,5 e 5.479 pontos, abrindo espaço para um repique técnico de curto prazo.
Por outro lado, caso o suporte entre 5.383 e 5.373 pontos seja perdido, há risco de aceleração da pressão vendedora, com potenciais alvos técnicos em art=”2965″ data-end=”2982″>5.352,5/5.342 e 5.334/5.325 pontos. O indicador IFR (14) encerrou a última sessão em 45,00 pontos, permanecendo em zona neutra, sem sinalizações de reversão no momento.
Contexto diário: tendência de baixa ainda domina o mercado
No gráfico diário, o dólar futuro confirma uma sequência de sessões negativas, operando abaixo das médias móveis de curto prazo. Esse comportamento reforça o domínio dos vendedores e indica uma tendência de fraqueza no mercado.
A região entre 5.430 e 5.479 pontos segue como barreira técnica decisiva para reverter o viés de baixa. Caso haja rompimento desse intervalo, o caminho ficaria livre para movimentos em direção aos 5.560 e 5.582,5 pontos. Entretanto, uma quebra da zona de suporte entre 5.383 e 5.325 pontos intensificaria a trajetória de queda, com alvos projetados em 5.259 e 5.211 pontos.
O cenário de curto prazo ainda depende fortemente de fatores externos, como os desdobramentos da política monetária americana, a retomada das cadeias de suprimento e o desempenho das economias emergentes.
Mercado externo favorece o real, mas incertezas fiscais ainda pesam
O movimento de recuperação global também foi sustentado por notícias sobre o diálogo comercial entre Estados Unidos e China, que tende a reduzir a percepção de risco entre investidores internacionais. Esse ambiente mais positivo beneficia moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.
No entanto, apesar do dólar recuar, a questão fiscal brasileira ainda mantém o câmbio sob vigilância. A necessidade de cumprimento das metas fiscais estabelecidas pelo governo e o debate sobre o novo regime de gastos públicos continuam sendo fatores de preocupação para o mercado.
Traders destacam que o dólar futuro tem reagido de forma cautelosa a cada sinal de tensão no campo fiscal, o que reforça a importância da disciplina orçamentária para a manutenção de um ambiente de estabilidade no câmbio.
Minidólar (WDOX25): análise do gráfico de 60 minutos indica leve sustentação
No gráfico de 60 minutos, o minidólar ainda demonstra um leve suporte técnico, mantendo-se acima das médias móveis de 9 e 21 períodos. Esse movimento, embora sutil, mostra que o preço da moeda encontra resistência em aprofundar a queda.
Para que o ativo retome a trajetória de alta, será necessário romper a resistência em 5.406/5.430 pontos. Esse movimento abriria espaço para novas projeções em 5.485/5.509,5 e 5.543/5.560 pontos.
Por outro lado, se a pressão vendedora se intensificar e houver perda do suporte em 5.383/5.352,5 pontos, o ativo pode acelerar a correção, com próximos objetivos técnicos em 5.334/5.325 e 5.288/5.259 pontos.
Esse comportamento demonstra um mercado dividido entre o interesse comprador limitado e o predomínio da cautela, característica comum em períodos de ajuste após fortes movimentações.
Perspectivas para os próximos dias: volatilidade à vista
A perspectiva para os próximos dias é de volatilidade elevada, com o dólar recuando em meio a oscilações de curto prazo influenciadas tanto por fatores técnicos quanto macroeconômicos. O mercado deverá monitorar atentamente os dados de inflação dos Estados Unidos, bem como os pronunciamentos de autoridades do Federal Reserve (Fed), que podem alterar as expectativas de juros e impactar o fluxo de capital para mercados emergentes.
No cenário doméstico, as falas de membros do governo sobre a política fiscal e as negociações orçamentárias no Congresso continuarão a influenciar diretamente o comportamento do câmbio.
O consenso entre analistas técnicos é que o dólar recua dentro de um movimento natural de correção, mas o suporte atual será crucial para determinar se a tendência de baixa se consolida ou se o ativo encontrará força para reagir.
Dólar recua, mas suporte técnico define próximos passos
A queda recente do dólar reflete uma combinação de melhora no apetite global por risco, otimismo com a economia chinesa e esperança em relação à estabilidade fiscal no Brasil. No entanto, o mercado permanece sensível a mudanças rápidas no cenário internacional e a possíveis ruídos políticos internos.
A faixa de suporte entre 5.380 e 5.325 pontos segue como ponto-chave para o curto prazo. Se o suporte se manter firme, o ativo pode reagir e testar novamente as resistências superiores. Caso contrário, a pressão vendedora pode prevalecer, ampliando a correção.
Com o dólar recuando, investidores devem manter atenção redobrada aos indicadores econômicos e às sinalizações do Federal Reserve, que podem reverter a tendência a qualquer momento.






