O governo Lula (PT) e o Ministério da Fazenda, liderado pelo ministro Fernando Haddad, estão otimistas com a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2024. A expectativa é de um crescimento de pelo menos 2%, superando as estimativas do Banco Central e do Fundo Monetário Internacional (FMI), ambos em 1,7%.
Embora o Banco Central trabalhe oficialmente com a previsão de 1,7%, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, sugeriu que o país pode alcançar um crescimento acima de 2%, dependendo do controle das contas públicas e do cenário externo.
A análise macroeconômica feita no Palácio do Planalto, contida na Mensagem Presidencial enviada ao Congresso, aponta para o crescimento econômico impulsionado por diversas medidas governamentais. Entre elas estão:
- Aumento do salário mínimo acima da inflação, garantindo aumentos reais aos trabalhadores e aposentados;
- Ampliação da faixa de isenção do imposto de renda para dois salários mínimos (R$ 2.824);
- Retomada dos programas Minha Casa Minha Vida e Bolsa Família;
- Renegociação de dívidas do programa Desenrola;
- Investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e estimativa de criação de 4 milhões de empregos.
Segundo o governo, o impulso desses programas e medidas contribuirá para estimular a demanda em diferentes setores da economia, impulsionando o crescimento do PIB em 2024. A expectativa é que o consumo das famílias se mantenha em ritmo ascendente devido aos programas sociais, melhorando a renda real e o emprego.
Para o presidente Lula, o crescimento econômico em 2024 será resultado dos investimentos e gastos realizados em 2023, que terão impacto positivo na economia neste ano. A projeção do governo é ancorada também na estabilidade esperada do dólar, próximo aos R$ 5, e na inflação dentro da meta de 3%, com queda de juros promovida pelo Banco Central.
No entanto, o governo enfrenta desafios políticos internos, incluindo a necessidade de articulação com o Congresso Nacional para aprovar medidas fiscais e projetos importantes. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem demonstrado divergências com o Planalto em relação a temas como o programa de ajuda emergencial ao setor de serviços (Perse), a reoneração da folha salarial e vetos em emendas.
O encontro entre Lula e Lira nesta sexta-feira, 9, no Palácio da Alvorada, evidencia a busca por diálogo e entendimento entre o governo e o Legislativo para superar esses desafios e avançar com a agenda econômica e social do país.