Queda nas Exportações para a Argentina
As exportações brasileiras para a Argentina sofreram uma significativa redução de 37,6% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), só em junho os embarques para o país vizinho encolheram 50,6%.
Recorde nas Exportações Totais
Apesar da diminuição nas vendas para a Argentina, o Brasil alcançou um valor recorde nas exportações totais no primeiro semestre de 2024. As receitas somaram US$ 167,6 bilhões, superando o recorde anterior de US$ 165,2 bilhões registrado em 2023.
Setores Mais Afetados
A indústria de transformação foi um dos setores mais impactados pela queda nas exportações para a Argentina. Houve reduções significativas nos embarques de:
- Partes e acessórios para veículos (-26%)
- Automóveis de passageiros (-14%)
- Motores de pistão e suas partes (-24%)
- Máquinas e aparelhos elétricos (-12%)
- Calçados (-29%)
- Pneus (-36%)
A soja foi o item com maior queda, registrando uma contração de 96% nos embarques, equivalente a uma perda de US$ 1,49 bilhão.
Fatores que Influenciaram a Queda
- Medidas econômicas do presidente Javier Milei
- Desaquecimento da economia argentina
- Escassez de dólares para pagamentos internacionais
Perspectivas para o Futuro
Especialistas preveem que a recuperação das exportações brasileiras para a Argentina não deve ocorrer no curto prazo. Estima-se que nos próximos dois anos a tendência de queda possa se manter, com a Argentina possivelmente levando tempo para reassumir seu papel de destaque nas exportações brasileiras.
Uma elevação nos preços internacionais das commodities exportadas pela Argentina, como soja, milho, trigo e carnes, poderia trazer algum alívio à economia do país vizinho e, consequentemente, impactar positivamente as exportações brasileiras.