Nesta quarta-feira (1º), líderes e representantes de cerca de 50 países se reuniram em São Paulo para discutir medidas que fortaleçam o acesso à informação de qualidade como um bem público. O seminário sobre integridade da informação, promovido pelo Grupo de Trabalho de Economia Digital do G20, abordou questões cruciais, incluindo o combate à desinformação e aos discursos de ódio, especialmente no ambiente digital.
Na abertura do evento, a subsecretária-geral de Comunicações Globais da Organização das Nações Unidas (ONU), Melissa Fleming, expressou preocupação com a escala global e a sofisticação crescente da disseminação de discursos de ódio e desinformação. Ela ressaltou que até mesmo a ONU, composta por 193 Estados-Membros, é alvo dessas campanhas organizadas de desinformação. A subsecretária salientou que tais práticas ameaçam as instituições públicas e a democracia em todo o mundo, especialmente com o aumento do uso de inteligência artificial.
Por sua vez, o diretor-geral adjunto de Comunicação e Informação da Unesco, Tawfik Jelassi, destacou a importância de tratar o acesso à informação de qualidade como um bem público. Ele enfatizou que a Unesco e seus Estados-Membros têm endossado essa ideia e ressaltou a necessidade de transformá-la em ações concretas. Jelassi também expressou preocupação com o impacto do uso indevido da inteligência artificial durante os processos eleitorais em todo o mundo.
No contexto brasileiro, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, compartilhou as iniciativas do governo brasileiro para combater a desinformação e promover a integridade da informação. Ele destacou a estratégia nacional de educação midiática e o lançamento de uma campanha contra a desinformação e o discurso de ódio na internet. Pimenta ressaltou a importância de fortalecer o jornalismo público, comunitário e privado, bem como avançar na regulamentação democrática das plataformas digitais.
Esta foi a primeira vez que o tema da integridade da informação foi discutido em um evento do G20, presidido pelo Brasil neste ano. Segundo Pimenta, esse fato reflete o reconhecimento global dos enormes impactos da desinformação e dos discursos de ódio.
O evento representou um importante passo para promover uma discussão global e cooperação internacional no combate à desinformação e na promoção do acesso à informação de qualidade como um direito fundamental para todos os cidadãos.