Em meio às demandas do governo, as companhias aéreas brasileiras estão se preparando para apresentar propostas separadas visando a redução dos preços das passagens. Representantes do setor indicam que as empresas concordaram em reservar pelo menos 10% do total de assentos disponíveis com tarifas mais acessíveis.
Uma das medidas em análise é a diferenciação de preços com base no momento da compra. Bilhetes adquiridos com uma semana de antecedência terão preço integral, enquanto aqueles comprados com quatro semanas de antecedência terão tarifas reduzidas. Detalhes sobre os prazos exatos ainda estão em fase de refinamento.
Para os passageiros que optarem por comprar em cima da hora, as companhias estudam oferecer contrapartidas, como despacho gratuito de bagagem, marcação preferencial de assentos e condições diferenciadas para cancelamentos e remarcações de voos.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, iniciou as discussões com as companhias aéreas no início de novembro, em reunião conjunta. Conversas individuais ocorreram nos últimos dias com a Azul e a Gol, estando programada uma reunião com a Latam na próxima semana. A expectativa é que o anúncio oficial seja feito em 20 de dezembro.
Dados recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) indicam que a tarifa média em setembro estava em R$ 747,66, enquanto em agosto era de R$ 650,78. Mais da metade dos bilhetes custava em média R$ 500, e 4,8% das passagens vendidas estavam acima de R$ 1,5 mil.
O setor de aviação civil também busca um compromisso do governo para discutir o preço do querosene de aviação com a Petrobras, além de uma solução para reduzir a judicialização no setor.
Especialistas e executivos do setor apontam que as empresas estarão comprometendo-se com práticas que já são comuns. O advogado André Soutelino, sócio da A.L.D.S Sociedade de Advogados, destaca que, para impactar positivamente os consumidores, é necessário adotar medidas efetivas para reduzir os custos, investir em infraestrutura e melhorar o ambiente de negócios para intensificar a concorrência.
As empresas, por sua vez, cobram a implementação do programa Voa Brasil, prometido pelo ex-ministro de Portos e Aeroportos Márcio França para agosto. Este projeto visa limitar trechos a até R$ 200 em períodos de baixa temporada. Segundo técnicos do governo, o programa inicialmente beneficiará aposentados e pensionistas do INSS que não voaram por pelo menos um ano. A previsão é que o Voa Brasil seja lançado na segunda quinzena de janeiro.