O Ibovespa futuro iniciou esta quinta-feira (19) com uma alta de 0,87%, alcançando 135.765 pontos, impulsionado principalmente pelas movimentações nos mercados internacionais e pelo aumento no preço das commodities. Esse desempenho reflete o otimismo do mercado após as recentes decisões de política monetária de bancos centrais ao redor do mundo, incluindo o Banco Central brasileiro (BC) e o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos.
A elevação do Ibovespa futuro está diretamente ligada ao desempenho das bolsas internacionais e à valorização das commodities, como o minério de ferro e o petróleo. Na China, o minério de ferro registrou uma alta de 1,69%, após ter sofrido uma queda de mais de 4% no dia anterior. Esse avanço no preço do minério já beneficia grandes empresas brasileiras, como a Vale (VALE3), cujas ações sentem o impacto positivo.
No pré-mercado de Nova York, os American Depositary Receipts (ADRs) da mineradora registraram um aumento de 3,32%, sendo negociados a US$ 10,88 por volta das 8h55, horário de Brasília. Além disso, o petróleo, outro importante ativo para o mercado brasileiro, também registrou ganhos, com uma alta de cerca de 1,00% no mercado internacional. Esse movimento contribuiu para a valorização das ADRs da Petrobras (PETR3; PETR4), que subiram 1,44% no mesmo horário, sendo negociadas a US$ 14,79.
As recentes decisões de política monetária dos bancos centrais ao redor do mundo têm sido um ponto de atenção dos investidores. No Brasil, o Banco Central elevou a taxa Selic em 25 pontos-base, para 10,75% ao ano, seguindo a expectativa do mercado. Essa decisão reflete uma postura mais conservadora do Comitê de Política Monetária (Copom), em linha com o cenário de inflação persistente no país.
Por outro lado, o mercado nos Estados Unidos foi impactado pela decisão do Fed, que manteve sua política de corte gradual dos juros. O presidente do Fed, Jerome Powell, adotou um tom cauteloso, mas a expectativa do mercado é de que a instituição realize mais cortes até o final do ano, somando 75 pontos-base. Segundo a plataforma CME Group, há uma probabilidade de 50% de a taxa básica americana ser ajustada de 4,75%-5,00% para o intervalo de 4,00%-4,25%.
Repercussões globais
As decisões de política monetária em outros países também influenciam o mercado financeiro brasileiro. O Banco da Inglaterra (BoE) manteve sua taxa de juros em 5,0% ao ano, em linha com as expectativas dos analistas. A medida foi bem recebida pelos investidores, que acompanham de perto a evolução econômica do Reino Unido.
Na Turquia, o Banco Central manteve sua principal taxa de juros inalterada em 50% pela sexta vez consecutiva. Esse índice extremamente elevado reflete os desafios enfrentados pelo país para controlar a inflação e estabilizar sua economia. Além disso, os investidores aguardam decisões de outros importantes bancos centrais, como o Banco da China (PBoC), o Banco da África do Sul e o Banco do Japão (BoJ), cuja reunião se estende até a madrugada de sexta-feira (20).
Indicadores econômicos
Entre os indicadores econômicos brasileiros, destaca-se a aceleração do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que registrou alta de 0,47% na segunda prévia de setembro, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em agosto, o índice havia registrado uma alta de 0,45%. O aumento do IGP-M reflete, em parte, a elevação dos preços das commodities, como o minério de ferro e o petróleo, que têm influência direta no mercado doméstico.
O mercado brasileiro segue otimista com as movimentações internacionais e a valorização das commodities, o que pode continuar impulsionando o Ibovespa futuro nas próximas sessões. O comportamento das bolsas globais, especialmente em mercados emergentes, como o chinês, e o impacto das decisões de política monetária dos principais bancos centrais do mundo, continuarão sendo fatores determinantes para o desempenho do índice.
Outro fator importante a ser observado é o desenrolar das políticas de juros ao redor do mundo, principalmente nos Estados Unidos, que influenciam diretamente o fluxo de capital estrangeiro para países emergentes. Com o Fed adotando uma postura mais cautelosa e a expectativa de cortes nas taxas de juros, o Brasil pode se beneficiar de uma maior entrada de capital estrangeiro, o que favoreceria a valorização dos ativos negociados na B3.
O Ibovespa futuro registra uma alta expressiva, impulsionado por fatores internacionais, como a valorização das commodities e as decisões de política monetária de grandes economias. O desempenho de empresas brasileiras como a Vale e a Petrobras reflete a recuperação do mercado global e o otimismo dos investidores. Entretanto, o cenário ainda é marcado por incertezas, especialmente no que diz respeito às políticas de juros internacionais e seus impactos nas economias emergentes.