Ibovespa Futuro recua em meio a expectativa por plano de contingência do governo, falas de Galípolo e balanços corporativos
O Ibovespa Futuro iniciou a segunda-feira (11) em território negativo, refletindo um cenário de cautela dos investidores diante de uma série de eventos econômicos e políticos previstos para a semana. Às 9h05 (horário de Brasília), o contrato de agosto registrava queda de 0,14%, cotado a 136.095 pontos, em um contexto marcado pela expectativa em relação ao plano de contingência do governo, falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e a divulgação de importantes balanços corporativos.
O ambiente internacional também contribui para o clima de apreensão, com atenções voltadas para dados de inflação dos Estados Unidos, negociações tarifárias e a aguardada reunião entre o presidente americano Donald Trump e o presidente russo Vladimir Putin, programada para o fim da semana, no Alasca, com foco no conflito na Ucrânia.
Fatores domésticos que pesam no Ibovespa Futuro
No cenário interno, o principal destaque está na reunião prevista para o fim do dia entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Alckmin lidera os esforços para mitigar os impactos do recente tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre determinados setores da economia brasileira.
A expectativa é que o plano de contingência do governo seja anunciado até terça-feira, com medidas de apoio às indústrias afetadas. A confirmação ou não dessas medidas pode influenciar diretamente a trajetória do Ibovespa Futuro no curto prazo, especialmente diante de um mercado sensível a sinais de estímulo econômico.
Além disso, às 10h30, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, fará uma apresentação na Reunião do Conselho Político e Social (COPS) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Analistas aguardam possíveis sinais sobre a condução da política monetária e a leitura da autoridade monetária em relação à pressão inflacionária e à economia global.
Temporada de balanços corporativos
O mercado também acompanha de perto a divulgação de resultados trimestrais de empresas listadas na B3. Entre os destaques programados para esta segunda-feira estão os números de Sabesp (SBSP3), Caixa Seguridade (CXSE3), Natura (NTCO3) e Vamos (VAMO3).
Os balanços podem provocar volatilidade setorial e alterar expectativas sobre dividendos, projeções de crescimento e ajustes de portfólio por parte de grandes fundos e investidores institucionais.
Cenário internacional e impactos no mercado brasileiro
No exterior, o Ibovespa Futuro encontra resistência para avançar diante da proximidade do prazo para a aplicação de tarifas dos EUA contra a China, que expira nesta terça-feira. Há especulações de que a medida possa ser adiada novamente, o que, caso confirmado, poderia aliviar parte das tensões comerciais e trazer alívio para ativos de risco.
Paralelamente, cresce a expectativa em torno da reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin, que discutirá o fim da guerra na Ucrânia. Um possível acordo poderia repercutir diretamente no mercado de commodities, especialmente no petróleo, já que um eventual levantamento das sanções ao petróleo russo impactaria a oferta global e os preços internacionais.
Desempenho dos índices internacionais
Às primeiras horas do pregão, em Nova York, o Dow Jones Futuro avançava 0,28%, o S&P 500 Futuro subia 0,17% e o Nasdaq Futuro tinha alta de 0,09%, refletindo o otimismo com um possível avanço nas negociações comerciais e expectativas com os dados de inflação americana.
Na Ásia, os mercados encerraram o dia em alta, impulsionados pela perspectiva de novas medidas econômicas na China e pela possibilidade de extensão do prazo para a aplicação das tarifas. O mercado japonês permaneceu fechado em função de feriado nacional.
Na Europa, as bolsas operam majoritariamente em alta, sustentando o movimento positivo da semana anterior e refletindo o otimismo com um possível acordo de paz na Ucrânia. Além disso, investidores aguardam os dados de inflação dos EUA e seguem atentos às negociações comerciais previstas para os próximos dias.
Comportamento do câmbio e das commodities
O dólar à vista registrava alta de 0,09%, cotado a R$ 5,442 na venda, enquanto o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,16%, aos 5,470 pontos.
No mercado de commodities, o petróleo opera em alta, revertendo parte das perdas superiores a 4% acumuladas na semana passada. A recuperação é sustentada pela expectativa de que as negociações entre EUA e Rússia possam resultar no fim das sanções que limitam o fluxo de petróleo russo.
O minério de ferro também registra valorização na China, impulsionado pela recomposição de estoques por siderúrgicas, um movimento que sugere melhora da demanda no curto prazo.
Perspectivas para os próximos dias
O comportamento do Ibovespa Futuro seguirá dependente da combinação entre fatores internos e externos. No Brasil, o anúncio do plano de contingência do governo e os discursos de autoridades monetárias serão determinantes para calibrar as expectativas de investidores.
Já no cenário global, os dados de inflação dos EUA e o andamento das negociações comerciais com a China tendem a ser gatilhos importantes para volatilidade, podendo influenciar diretamente o apetite por risco em mercados emergentes como o brasileiro.
Para o investidor, o momento exige atenção redobrada, dado o acúmulo de eventos de impacto relevante na mesma semana. Oscilações mais acentuadas nos contratos futuros e na taxa de câmbio não estão descartadas, especialmente caso o noticiário geopolítico apresente novidades significativas.






